Por RODRIGO ÍNDIO
Uma vida dedicada ao trabalho doméstico que agora deu vez à solidão. Após descobrir um aneurisma e ter sequelas da doença, Maria Lucilene Alves de Souza, de 47 anos, foi abandonada pelo marido, que engravidou uma outra mulher.
Lene, como é conhecida, passou pela cirurgia na cabeça em fevereiro do ano passado. Perdeu parte dos movimentos e mal consegue andar, fazer comida, ou simplesmente ir ao banheiro.
Isso, obviamente, lhe impossibilita de trabalhar. O marido com quem viveu há 11 anos era quem estava trazendo comida para dentro de casa quando ela passou a ficar acamada. Mas, com o fim o relacionamento, ela ficou desamparada.
Segundo relata, as irmãs e o irmão se afastaram em protesto contra o perdão de uma suposta traição do esposo – o que teria ocorrido antes dela descobrir a doença. Mesmo após o perdão, o companheiro saiu de casa no momento em que ela mais precisa.
“Me sinto literalmente abandonada, humilhada. Dói muito”, desabafou, chorando.
Para se alimentar, ela conta com a ajuda de uma vizinha, que lhe oferece comida quando pode. Mas, na última segunda-feira (12), quando a amiga não apareceu, por conta de problemas particulares, Lene se desesperou, pois estava faminta.
A alternativa foi ligar para o 190. Uma equipe da polícia militar esteve no local. Ela contou toda sua história. Sensibilizados, os militares compraram uma cesta básica, frutas e lhe deram almoço. Aquilo também alimentou a fé e a esperança da mulher em vencer.
“Me apego muito em Deus e que Ele vai me tirar desta situação e que vou voltar a trabalhar, porque quem me conhece sabe que nunca vivi pedindo e que sempre trabalhei pra ter minhas coisas. Tudo, do pouco que tenho, quem comprou fui eu. Estou fazendo isso por necessidade”, comentou a sofrida mulher.
O portal SelesNafes.com soube da história através de uma prima para quem Lene pediu ajuda. Além do drama, a reportagem constatou que na casa não tem água encanada, a cama é desgastada, o ventilador velho parou e ela usa um emprestado. Na geladeira, só há água, gelo e restos de frutas. Apesar da humildade e dispensa vazia, a casa é limpa.
A mulher não recebe nenhum tipo de benefício social e vive sozinha numa área de ponte da 11ª Avenida do Bairro Congós com a Rua Carlos Drumond de Andrade, n° 1640. Ela teve uma filha, mas a jovem morreu vítima de um acidente de trânsito no dia 13.12.2010.
“Quem puder me ajudar agradeço de coração, toda ajuda é bem-vinda. Vocês não sabem o quanto eu preciso e quanto serei grata. Deus os abençoe”, finalizou Maria Lucilene.
Quem tiver interesse em colaborar com alimentos, frutas, remédios, ventilador, cama, madeira para a construção de uma rampa e da torre da caixa d’água, além de outras coisas, pode entrar em contato pelo número (96) 9 9117-2240 ou pelo (96) 9 8123-4703. Quem preferir pode fazer transferência bancária. Seguem dados:
Agência: 2825-8
Conta-corrente: 62782-8
Nome: Stefany Loureiro
Ou
Pix: [email protected].