Nessas últimas semanas muito se ouviu falar de Caixas Escolares, principalmente porque o ano letivo na rede estadual teve que ser adiado por conta de problemas nesses caixas. Mas, o que é um Caixa Escolar? Em resumo, um Caixa Escolar é uma associação civil de direito privado, com personalidade jurídica, sem fins lucrativos, que credencia a escola a receber e administrar recursos financeiros destinados ao suprimento de suas atividades básicas como merenda escolar e transporte de alunos.
De acordo com a Secretaria de Estado da Educação, que administra 402 escolas, os caixas escolares começaram a ter problemas com a Justiça desde o final de 2011. Entretanto, em 2014, o bloqueio judicial foi massificado em razão de ações trabalhistas de prestadores de serviço, contratados pela Unidade Descentralizada de Execução da Educação (UDE), que deixou de pagar FGTS, INSS e até mesmo salários, por vários meses a esses prestadores de serviços.
Conforme dados divulgados pela Procuradoria Geral do Estado (PGE), somente em 2014, deixaram de ser pagos merendeiras, serventes, vigilantes, transportadores escolares e fornecedores. Esses débitos somam o montante de R$ 350 milhões – onde também estão incluídos os gastos com manutenção das escolas.
A secretária de Estado da Educação, Conceição Medeiros, afirma que a dívida mais grave é das merendeiras e serventes – trabalhadores da UDE. Sem juros e correção monetária, esse débito, que compreende o INSS, Receita Federal e atraso de pagamento de agosto a novembro, totaliza R$ 117 milhões.
Segundo a secretária, com a vigilância, serviço terceirizado, o déficit de outubro a dezembro ultrapassou a cifra de R$ 14 milhões. Para a manutenção das escolas, de junho a novembro de 2014, não foram repassados a quantia de R$ 4,7 milhões.
No setor de transporte escolar, serviço que é pago através do caixa escolar, a dívida de setembro a dezembro do ano passado somou R$ 11,7 milhões. Já em relação ao débito com fornecedores de alimentos para a merenda escolar e manutenção, sem a totalidade da zona rural, o valor já ultrapassa os R$ 11 milhões.
No ano passado vários protestos aconteceram em Macapá por conta dos problemas de pagamento devidos pelos Caixas Escolares. Merendeiros e serventes pararam as atividades porque não receberam nenhum centavo para passar o Natal. Estudantes também foram às ruas exigindo melhorias estruturais nas escolas.