Um bombeiro militar foi preso por agentes federais nesta sexta-feira (23), em Macapá, acusado de estuprar uma criança e ainda filmar o crime. A ação faz parte de uma investigação com cooperação internacional contra o armazenamento e produção de conteúdo pornográfico envolvendo crianças e adolescentes. O nome do militar não foi revelado pela Polícia Federal.
Além da prisão, os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao bombeiro, na casa dele, no Bairro Marabaixo, zona oeste de Macapá, e no local de trabalho, o Quartel do Corpo de Bombeiros Militar do Amapá, no Centro da capital.
Segundo a PF, a investigação contou com apoio do Núcleo de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil (NURCOP) e o National Center for Missing and Exploited Children (NMEC), organismo internacional que atua na repressão ao abuso sexual infantil e desaparecimento de crianças.
Além do estupor, diz a PF, a investigação apontou que o militar e produzia fotos e vídeos de conteúdo pornográfico com outras crianças em cena.
Esses arquivos eram armazenados na internet – em “nuvem”. Em uma conta de e-mail dele, a PF diz ter achado 340 arquivos relacionados à exploração sexual infantil, com crianças expostas em situações degradantes, em cenas de abuso contendo violência sexual.

Além da prisão, os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao bombeiro. Fotos: Ascom/PF
Dentre esses arquivos, há fortes indícios de que 43 deles tenham sido produzidos pelo próprio investigado. Laudo pericial da PF, que utilizou fragmentos das imagens em comparação com o suspeito, confirmou que, em pelo menos um dos vídeos, é o investigado quem abusa sexualmente de uma criança.
Segundo a PF, a produção dos vídeos ocorria desde 2013, com vídeos também datados de 2016 e até pelo menos o ano de 2019.
O bombeiro investigado é pai de seis filhas mulheres, e possui a guarda de duas delas, menores de idade – daí o nome da operação.
O militar poderá responder por armazenamento e produção de arquivos contendo pornografia infanto-juvenil e estupro de vulnerável, crimes que, somadas as penas, podem resultar numa condenação de até 27 anos de reclusão.
Além da prisão, a Justiça também decretou o afastamento dele das funções públicas. A decisão medida judicial foi comunicada ao Comando Geral do Corpo de Bombeiros.