Com prisão de policial penal, mãe de jovem assassinado por ele se diz aliviada

Maricelma é mãe de Marcelo Brito, morto pelo policial penal Anderson Luiz, preso ontem em Macapá, acusado pela Polícia Civil de envolvimento com o tráfico e uma facção do Amapá.
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Por RODRIGO ÍNDIO

Não foi apenas a equipe da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (Draco), da Polícia Civil do Amapá, que comemorou o sucesso da Operação Calabar, que prendeu o policial penal Anderson Luiz Dias da Silva por tráfico de drogas e envolvimento com o crime organizado, nesta terça-feira (3), em Macapá.

A mãe de um jovem assassinado também experimentou, pela primeira vez, o sentimento de justiça desde que perdeu o filho, morto a tiros pelo policial penal, dois anos e meio atrás.

Maricelma Brito, mãe de Marcelo Brito da Silva, de 24 anos, não quer mostrar o rosto. Diz que ainda tem medo que o assassino do filho mande cometer algum crime contra ela e sua família. Mas falou ao Portal SelesNafes.com que se sentiu mais aliviada ao saber da prisão do policial pela Draco.

O jovem Marcelo morreu no Hospital de Emergência da capital no dia 23 de dezembro de 2018, depois de ter sido baleado no tórax após uma discussão de trânsito enquanto passeava com a família.

O policial penal Anderson Luiz foi preso…

… por envolvimento com uma facção criminosa. Fotos: Olho de Boto e Divulgação

Segundo Maricelma, Marcelo estava atravessando a faixa de pedestres, quando houve o desentendimento com um motorista de um carro na rua Cândido Mendes, próximo ao Parque do Forte, na orla da cidade.

O agente Anderson Luiz estava possivelmente embriagado e teria ido embora após a discussão, mas voltou só para atirar na vítima e depois fugiu. Na época, chegou a ficar preso por 30 dias e depois seguiu respondendo processo em liberdade. Com isso, continuou a trabalhar normalmente.

Já Marcelo deixou esposa e uma filha de 4 anos, que segundo a avó, Maricelma, ficou depressiva após a morte do pai. A menina teve que passar por terapia com psicólogos.

Maricelma Brito: “estou…

… mais aliviada. Ele tem que pagar pelo que fez”. Fotos: Rodrigo Índio/SN

“Imagine o estrago que foi feito na vida dessa criança pra sempre. A minha neta quando soube da morte do pai ela ficou em depressão, ela chorava, ela gritava, ela puxava os cabelos”, emocionou-se ao lembrar.

Maricelma conta que a vítima conhecia o acusado, as famílias de ambos têm uma certa proximidade, mas Anderson não reconheceu Marcelo no momento dos disparos, por conta da embriaguez.

Ao ver o policial penal ser preso por outros crimes ela chorou de emoção por alívio. No entanto, o desejo é que ele seja condenado pelo crime de homicídio.

Marcelo foi morto com um tiro…

… pelo agente Anderson

“Esse foi o melhor dia da minha vida, após a morte do meu filho. Apesar dele [Anderson] não ter sido preso pela morte do meu filho, isso já dá esperança pra mim de existe a possibilidade dele pagar, eu sei que ele vai pagar. Eu só quero justiça. O Marcelo deixou uma esposa e uma filha criança, ele [Anderson] destruiu uma família. Hoje se a mãe do Anderson quiser ver o filho dela, ela vai na penitenciária. E eu, se quiser ver o meu filho, eu tenho que ir cemitério”, desabafou Maricelma.

Anderson Luiz, que é concursado da turma de 2014, agora está preso no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), de onde era funcionário público.

Seles Nafes
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