Por RODRIGO ÍNDIO
Acompanhados de pais ou responsáveis, centenas de adolescentes procuraram os pontos de imunização no sábado (21) para receberem a primeira dose da vacina contra a covid-19, que foi liberada ao público de 12 a 17 anos, em Macapá. Mesmo enfrentando sol forte, longas filas e grande tempo de espera, o relato dos jovens mostrava que o objetivo era se vacinar por aqueles que não tiveram a mesma oportunidade.
A ansiedade era tão grande que Paula Rodrigues acordou às 6h. Ela perdeu o avô em março deste ano para o coronavírus, depois de muita luta em um leito hospitalar.
“É importante para mim e pra minha família que sofreu e sofre com a perda de um parente especial. A vacina poderia ter salvo meu avô. A gente tem o dever de proteger nossos familiares e nossos amigos, para isso, tomar a vacina é extremamente importante”, opinou.
Kethelin Horrana, de 17 anos, teve a mãe infectada pelo vírus e quase perdeu o pai para a doença. Passado o susto, a adolescente fala que a grande adesão do público de sua faixa etária de idade serve para conscientizar a população que tem a oportunidade de receber a vacina a ir em busca da imunização.
“O vírus está aí, ele acabou com muitos planos, destruiu muitas famílias e ainda é preciso ter muito cuidado. Aguardei tanto esse momento. Por sorte e por Deus meus pais resistiram, mas tive conhecidos que vieram a óbito. O povo precisa ter consciência e ir em busca de vacinação”, sugeriu.
Rafaela Donza (foto em destaque) estava feliz por receber a primeira dose, e disse que todos precisam continuar com os cuidados até que a pandemia seja controlada.
“A partir da vacinação a gente começa a ter a liberdade de voltar para nossa rotina de vida normal, principalmente, voltar a estudar onde estou me preparando para entrar na faculdade. Perdi um avô que considerava muito no início do ano para a doença. Me sinto honrada por ter conseguido a dose e fico triste por quem não recebeu, assim como ele. Por eles precisamos ter consciência que é necessário”, disse.
Quem estava com mesmo pensamento de voltar às aulas era o Arthur Palheta. Meio tímido, mas de fala firme, ele já não vê a hora de receber a segunda dose.
“Perdi um familiar. Agora estou muito feliz com essa vacina. Quero continuar me protegendo para voltar as aulas presenciais brevemente, mas de maneira segura”, resumiu.
Adesão
Os jovens receberam a D1 no ponto montado na Universidade Estadual do Amapá (Ueap) que teve grande adesão pela manhã e no início da tarde. Na Universidade Federal do Amapá (Unifap), a procura também foi intensa.
Por volta das 11h, a Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS) liberou mais dois pontos para atender o público de 17 anos no Ifap, na zona norte e Amapá Garden, na zona sul. A cena se repetiu.
Nestes locais, a vacinação segue até às 21h deste sábado. Para quem deseja buscar mais informações sobre a vacinação que atenderá o público menor que 17 anos nos próximos dias, deve se atentar ao calendário das prefeituras e do governo do Amapá em suas páginas oficias.