Por RODRIGO ÍNDIO
Uma cena emocionante foi registrada durante um patrulhamento de rotina feito pelo 2° Batalhão da Polícia Militar, na zona norte de Macapá.
Na manhã de segunda-feira (18), o cabo Emerson Portela foi surpreendido pelo gesto de um garotinho durante o trabalho de orientação para as famílias que ocupam a área de invasão do Bairro Infraero 2.
Na segunda seria o dia da reintegração de posse dos 1.824 lotes onde moram provisoriamente mais de 900 famílias no espaço conhecido como Parque Aeroportuário.
Entretanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou, em decisão liminar do Ministro Gilmar Mendes, a suspensão da reintegração da ação na noite do último domingo (17) até o dia 31 de dezembro de 2021.
“A população estava apreensiva no local (…) eu estava explicando para os moradores da invasão que caso ocorresse a reintegração de posse, que não era para entrar em conflito com a polícia, pois a polícia estaria apenas cumprindo sua missão legal em apoio ao oficial de justiça, não é nada pessoal contra quem mora ali”, lembra Portela.
Foi quando de repente a criançada se aproximou e formou uma fila para tirar fotos com os policiais. Um dos meninos chamou a atenção. Era Alexsandro Rodrigues, de 8 anos. O garoto olhou para Portela e lhe disse seu maior desejo.
“Ei, eu vou ser policial. É meu sonho”, comentou o menino.
O policial, mesmo de máscara, abriu um sorriso, se ajoelhou e conversou com o garoto de forma séria e motivadora.
“Eu disse para a criança que já que o sonho dela é ser policial, então, ela tem que estudar muito, também respeitar a todos, e se esforçar para alcançar seu objetivo. Nada é fácil, mas com foco é possível”, detalhou Portela, ao revelar que ficou agradecido pelo gesto único em 16 anos na corporação.
O menino Alexsandro que ouviu tudo atento, chorou e deu abraço apertado no novo amigo agradecimento.
“Eu já havia sido abraçado por crianças, eu estando de serviço, porém, foi a primeira vez que uma criança se emocionou a ponto de chorar de felicidade com nossa presença e que também me emocionou bastante”, acrescentou o cabo.
O garoto porque teve esta atitude espontânea explicou:
“Gosto da Polícia porque fazem o bem. Eu quero também cuidar e proteger as pessoas. Espero ter uma casa para morar, estudar e ser Polícia um dia”, esperançou-se Alexsandro.
Não se sabe ao certo por onde o menino estará daqui a 3 meses, prazo limite para a permanência das famílias na área de invasão, porém, sabe-se que Alexsandro teve um dia melhor por receber um abraço inspirador para continuar sonhando com a carreira militar.