Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
Na “barreira para o mar”, pelos rios que serpenteiam a floresta amazônica, o Marajó, região do vizinho Pará, é palco da mais pura e genuína inteligência cabocla.
Uma cena chamou atenção esta semana no município de Breves (PA), quando uma igreja inteira foi transportada, mudada de lugar, navegando como se “caminhasse” sobre a água.
Mas não se tratou de um milagre similar ao do próprio Cristo – andando sobre as águas do Mar da Galiléia – foi somente experiência de vida e o trabalho de algumas pessoas, mais comum do que pode se imaginar, inclusive.
Quem conversou com o Portal SelesNafes.com foi Aílton Pacheco da Silva, torneiro mecânico e soldador, um dos trabalhadores que participou da trasladação da igreja. Foi uma mudança de uma ilha para outra no Rio Limão, em Breves (PA).
Foi feita uma balsa de madeira e o imóvel, a casa, que era construída sobre palafitas, foi retirada e colocada em cima e robocada por um barco, através de um forte cabo.
“Para embarcar, foram necessárias cinco pessoas e para desembarcar 10 pessoas e dias para colocar no novo endereço. No desembarque, a gente usou dois materiais. Chegamos de catraca e uma talha patente”, contou Aílton.
A casa chegou bem, sem abalos em sua estrutura. Aílton contou que ele e seus irmãos participaram da operação como mão de obra e outro homem, que já fez várias transposições como esta, repassou-lhes conhecimento e dirigiu o transporte.
Aílton garante que agora também já sabem como fazer e, se necessário, estão prontos para outra. Em uma rede social, Ribamar Diniz, contou sobre os motivos da mudança da igreja.
“Boa noite. Pensando no crescimento da Igreja Adventista do Limão e no acesso dos membros aos cultos regulares, decidimos, com a liderança local, mudar a congregação de endereço, levando-a de uma ilha para outra, pelo Rio Limão Grande. Um profissional, que já fez o traslado de 26 residências de madeira, aceitou o desafio e hoje iniciou o translado pelo rio. Louvamos a Deus e Parabenizamos a liderança local pela visão missionária e aos profissionais e voluntários envolvidos no processo. Quem trabalha no Marajó vê um milagre todo dia!”, exclamou o religioso.