Filho conta à polícia como a mãe matou o pai

Casala José Eder e Maria Darcy. O crime ocorreu na casa da família no Residencial Vitória Regia, na zona norte da capital do Amapá.
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Por RODRIGO ÍNDIO

Mesmo abalado, o filho de 14 anos do policial penal José Eder Ferreira Gonçalves, de 44 anos, detalhou como sua mãe Maria Darcy Farias Moraes, de 42 anos, assassinou seu pai, na manhã desta sexta-feira (14).

O crime ocorreu na casa da família no Residencial Vitória Regia, na zona norte de Macapá. O garoto foi a única testemunha ocular do caso.

Em depoimento ao delegado Luiz Carlos, da Delegacia de Homicídios, o adolescente contou que José Eder já estava afastado de casa e voltou ontem a pedido de Maria Darcy. Ele, então, dormiu na residência.

O filho lembra que hoje pela manhã, quando o policial tentava ir embora para posteriormente seguir ao trabalho, ele foi impedido pela esposa, que trancou a casa.

Policiais, alguns colegas da vítima, se aglomeraram em frente ao bloco onde o casal morava

“E daí começa uma discussão entre os dois, ele [Eder] dizendo que não queria mais permanecer no relacionamento com ela e até o momento que ela se arma com a faca. E ele na tentativa de se defender acaba sendo lesionado por ela com uma facada no pescoço, foi uma única facada e letal”, detalhou o delegado, com base na versão do filho do casal.

“Ele confirma a versão de que o pai não teria atentado contra a vida dela, mas que estava tentando sair de casa, mas ela insistindo para que ele permanecesse teria se armado e teria atentado contra a vida dele”, acrescentou o delegado Luiz Carlos.

Policiais aguardam a perícia terminar

Versão da acusada

Em depoimento, a mulher inverteu a história. Disse que, na verdade, o policial teria trancado a casa e impedido a saída dela. Ainda segundo o delegado, Maria Darcy contou que estava em um momento de depressão, se armou com a faca e teria tentado se matar, e nessa briga, o marido tentando impedir que ela que se matasse, acabou lesionando-o, acidentalmente.

Luiz Carlos confirmou que os vizinhos ainda tentaram socorrer a vítima, mas foram impedidos pela mulher. Depois, uma vizinha lhe convenceu a entrar na casa para ajudar, mas foi surpreendida por Maria Darcy.

“A infratora impede essa vizinha e diz que era pra ela deixar ele [Eder] morrer que só assim iria aliviar o sofrimento dela”, ponderou Luiz Carlos.

Com a chegada da polícia, a infratora indicou que a faca utilizada no crime estava na lixeira da casa.

José Eder tinha 44 anos

O delegado disse que foi apurado, ainda, que a vítima queria se separar, estava em outro relacionamento, mas a mulher não aceitava. Eles já haviam se separado outras vezes. Vizinhos já relatavam recentes casos de brigas entre o casal.

Delegado Luiz Carlos está à frente do caso. Foto: Rodrigo Índio/SN

“Ela e os filhos relataram que, na semana passada, ela teria tentado se matar com a própria arma do policial penal e que ele teria impedido essa ação. Um detalhe interessante e que ele sempre quando voltava para casa ele tinha a preocupação de desarmar, desmontar a arma para que não fosse usada contra a vida dela e dele. E, hoje, durante as buscas os policiais encontraram, de fato, a arma dele desmontada debaixo da cama”, finalizou Luiz Carlos.

O casal tem 4 filhos

A mulher foi autuada em flagrante pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil e passará por audiência de custodia para saber se responderá ao processo em liberdade ou presa.

Além do menino de 14 anos, uma outra filha do casal de 12 anos estava na casa, mas não presenciou o crime. O casal tem 4 filhos.

Seles Nafes
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