Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
O Movimento da Luta Antimanicomial do Amapá (MLA-AP) e usuários do sistema de atendimento psicológico da capital estão cobrando que Macapá efetive a criação de uma casa de apoio, dormitório, como um albergue ou abrigo, para as pessoas em situação de rua.
A situação ganhou tons ainda mais dramáticos após a morte de Paulo Roberto, no último dia 12 de dezembro.
Paulo Roberto foi a 11ª pessoa em situação de rua a morrer de forma violenta nas ruas em dois anos. Ele já havia sofrido uma séria agressão que lhe causou um traumatismo craniano e desde então viu sua condição de saúde piorar. Da última vez, o espancamento que sofreu foi letal.
O mais cruel neste processo, praticamente invisível aos olhos da maioria da sociedade, é que essas 11 pessoas, quase todas elas, morreram de forma violenta, no geral, por estar em situação de rua. O dado é chocante.
Na última sexta-feira (17), representantes dos movimentos e usuários foram até à Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) cobrar uma solução para o problema. Macapá é uma das únicas capitais do país que não tem abrigo para as pessoas que estão sem casa não dormirem nas ruas.
Segundo Adriele Sussuarana, psicóloga e ativista, o movimento foi recebido pela secretária Patrícia Ferraz, que informou que a PMM já tem um projeto para a construção de um abrigo em Macapá.
No entanto, nenhum prazo foi dado para a inauguração. O movimento, então, está cobrando uma alternativa temporária para resolver o problema.
Na próxima terça-feira (21), Patrícia Ferraz comprometeu-se de receber novamente o movimento com uma proposta de solução temporária para a problema.
Antes, o movimento antimanicomial fará uma reunião com pessoas em situação de rua, movimentos sociais e aliados da causa, nesta segunda-feira (20), às 17h, na Praça da Bandeira.