Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
O complexo Beira-Rio, desde o entorno do Parque do Forte, passando pelos quiosques, Macapá Hotel, a Praça Jaci Barata Jucá e a Praça do Coco, já foi um dos principais cartões postais de Macapá. Mas, os dias de glória ficaram no passado.
Hoje, a insegurança com a escuridão próxima ao parque, o insistente barulho nos quiosques disputando som, o abandono do Trapiche Eliezer Levy, do Macapá Hotel e a obra de reforma na Jaci Barata, o local enfrenta dias difíceis, vendo seu público diminuir, os assaltos e cenas de violência aumentarem.
No entanto, empreendedores acreditam que é possível resgatar toda a pujança e beleza do espaço, com intervenções do poder público, a contribuição dos próprios que tiram dali seu sustento e frequentadores.
Assaltos
A maior e mais séria reclamação é, sem dúvida, a falta de segurança. No espaço em frente ao Trapiche Eliezer Levy foram colocados 4 empreendimentos de comida que antes funcionavam na Barata Jucá e 14 baloeiros e camas elásticas, que ocupam o espaço do que antes era uma rua e um estacionamento.
Um deles, Werley Dias, o “Chocolate”, de 38 anos, revelou que os assaltos são corriqueiros e que ele próprio havia sido roubado um dia antes da entrevista. Afirma que são vários por noite.
“Segurança zero a gente tem aqui. No mínimo, são dois ou três assaltos por noite aqui no complexo Beira-Rio. Dos quiosques à Praça do Coco. Arma de fogo e arma branca. O horário de assalto deles é quando a maré está seca, a maré está seca, pode ficar preparado. No domingo [dia 12] eles fizeram três vezes e ontem [17] duas: levaram meu telefone, documento e mais dos clientes”, relatou o empreendedor.
A situação foi confirmada pelos demais baloeiros que estavam no local.
Uma empreendedora, que preferiu não se identificar, explicou que a área em obra de reforma da Praça e a praia, nas marés secas, são o caminho por onde os meliantes fogem após praticarem os roubos. Segundo ela, a reforma da praça estava prevista para conclusão inicialmente em outubro, depois passou para dezembro e agora seria março o novo prazo.
O Portal SelesNafes.com checou a informação com a secretaria de Obras Públicas da cidade, a Semob, que informou a necessidade de readequação do projeto original de reforma, que era de 2011 e, incompatível com o terreno disponível para a praça.
Além disso, a prefeitura informou que estuda manter a via que foi aberta para ligar a Avenida FAB à orla. A Semob informou que ainda será divulgada uma nova data de inauguração da Praça.
Barulho
A poluição sonora é uma velha conhecida dos frequentadores, seja dos quiosques da Beira-Rio, da Praça do Coco ou de carros estacionados.
Nos quiosques, por exemplo, de um lado tocava Chico Buarque e Pablo Milanés com sua Yolanda e no bar seguinte Manu Batidão e seu par perfeito. Detalhe: praticamente não havia clientes.
Mais à frente, já nos quiosques da Praça do Coco, a receita da disputa e fidelização do cliente com uma grande caixa de som se repete. Veja o vídeo
O movimento na Praça do Coco parece ser maior. Ranny Monteverde, de 20 anos, trabalha em uma das barraquinhas e falou sobre os mesmos problemas. Disse que, de vez em quando, há brigas e também assaltos. Há rondas policiais, ela crê que, especialmente no fim de ano, a ostensividade das patrulhas deveria ser maior.
“O movimento está meio parado, porque aumentou os preços e também por causa dessa variante. Mas, no final de semana que acontece tentativa de assalto e ainda tem os brigões. A polícia roda por aqui mais no final de semana”, declarou a jovem trabalhadora.
Sobre a segurança, a Prefeitura Municipal de Macapá informou que reforçará as ações em relação à Praças Jaci Barata.