Por RODRIGO ÍNDIO
A Polícia Civil do Amapá realizou nesta segunda-feira (10) uma coletiva de imprensa para falar dos procedimentos que estão sendo adotados no caso do pequeno Arthur Benjamin, de 2 anos, que morreu engasgado com uma tampa de refrigerante na última sexta-feira (7).
Estiveram presentes para passar informações o delegado-geral em exercício, Fábio Araújo, a corregedora-geral em exercício, Rosana Rocha, e o delegado Sérgio Grott, à frente das investigações.
Eles garantem que todos os procedimentos necessários referentes ao caso foram tomados desde o início.
“A Polícia Civil trabalha de maneira imparcial. É nosso interesse também saber o que aconteceu”, disse Fábio Araújo.
O caso ganhou repercussão após familiares maternos da criança cobrarem uma explicação do pai, Carlos Alberto, que é delegado de polícia, sobre os detalhes do acontecimento.
De acordo com uma tia do menino, a criança estava sob os cuidados dele. A mulher afirma, que ele sequer compareceu no velório do filho ou tampouco no sepultamento.
Algumas pessoas publicaram nas redes sociais que o delegado estaria foragido, o que não aconteceu. Ele esteve prestando depoimento às 10h da manhã do dia seguinte sobre o fato, mesmo horário em que Arthur estava sendo enterrado, sendo as autoridades.
Sérgio Grott reforçou que em relação aos fatos, a família tem todo o direito de saber o que aconteceu. A dinâmica foi relata pelo delegado Carlos Alberto, mas o Grott preferiu resguardar e não divulgar.
“Acho que primeiro a família tem que ter contato com as declarações do Dr. Carlos para daí então, se sentindo mais confortável e se entender oportuno, divulgar para imprensa como tudo isso ocorreu. Eu prezo muito nesse momento pela intimidade, pelo sentido de luto da família. Então, não me sinto confortável como delegado presidente em me manifestar sobre os fatos e expor pra imprensa e pra comunidade alguma coisa que num primeiro momento é a família que está clamando”, explicou Grott.
Ele vai ouvir a mãe e seus familiares em um momento oportuno.
Grott foi perguntado sobre se poderia ao menos detalhar o que Carlos Alberto justificou para não ter comparecido ao velório e ao sepultamento.
“O depoimento foi parado muitas vezes para ele se recompor. Durou 2h30 (…) nessa questão indireta, é uma motivação pessoal do delegado. Essa pergunta é respondida dentro do depoimento dele. Ele não sabia do horário que o enterro aconteceria”, falou.
As imagens das câmeras de segurança da casa do delegado Carlos, onde aconteceu os fatos, foram cedidas por ele, que falou que não estava em condições que prestar depoimento no dia do ocorrido.
Rosana Rocha disse que o inquérito não é sigiloso, mas que como está no início, só se tem uma versão do fatos até então, as informações só estão disponíveis para a família e seus advogados.
“Queremos dizer que nesse primeiro momento a investigação é de cunho criminal. A corregedoria apura as condutas criminais e administrativas. Nós estamos tentando coletar os elementos necessários para identificar se houve realmente uma conduta criminosa e encaminhar esse procedimento à análise da Justiça, que julgará o que de fato ocorreu”, detalhou a corregedora.
Das poucas informações repassadas, o que foi divulgado é que a criança foi levada com vida, primeiramente para a UBS Álvaro Corrêa.
O prazo para a conclusão do inquérito é de 30 dias. O delegado está a disposição do psicossocial e da corregedoria.