O menino de 12 anos atingido por uma bala perdida no último sábado, 18, no município de Santana, está há 40 horas com o projétil na cabeça. O autor do disparo Joel Marques Pinheiro, de 19 anos já está preso, mas a família do garoto está revoltada com a demora e o procedimento do Hospital da Criança e do Adolescente (HCA).
“Meu filho está sem mexer o pescoço, não come direito e sente muita dor, eu não sei o que fazer. Marcaram a cirurgião para ontem, agora tão remarcando para amanhã, até quando meu filho vai esperar?”, indagou o pai Walter Corrêa. Segundo a família o menor está inconsciente, não está se movendo e realiza suas necessidades fisiológicas através de uma sonda.
Mesmo com a bala alojada em uma região delicada o neurocirurgião Paulo André que atende o caso informou que o menino não corre risco de sequelas. “A lesão não compromete a vida imediatamente, nem a coluna do menino ou o cérebro, quando é assim a gente programa a cirurgia para dar tempo de desinchar o local atingido, esse procedimento não é do hospital é dos neurocirurgiões”.
Familiares da criança reclamaram que na hora que deram entrada no hospital não tinha médico e a cirurgia não foi realizada por falta de bolsa de sangue. “Essa informação de que não tinha médico no pronto-atendimento infantil não procede, a criança está internada na clínica cirúrgica e tem todo acompanhamento dos funcionários do hospital”, afirmou a diretora do HCA, Ana Claudia Lobo.
De acordo com a diretora do Instituto de Hematologia e Hemoterapia do Amapá (HEMOAP), Marilda Ferreira, o estoque de sangue no HCA está normal, a demora mesmo é procedimento médico.
A cirurgia está prevista para as 14 horas da tarde de amanhã e deverá durar em torno de duas horas.