Por ANDRÉ SILVA
Amigos e familiares dos dois pescadores achados mortos com sinais de execução no município de Pracuúba, a 260 km de Macapá, no último fim de semana, fizeram uma passeata para protestar por justiça.
Além de indignados pelo duplo homicídio dos amigos, eles estão insatisfeitos com o trabalho das autoridades policiais, que nem teriam sequer dado apoio às buscas.
Gideão Dias de Oliveira, de 33 anos, e de Elias Penha Gibson, de 34 anos, estavam desaparecidos desde a última sexta-feira (21), quando saíram juntos para pescar. Na manhã de domingo (23) os corpos deles foram encontrados por populares em um rio a cerca de 2 quilômetros da sede do município, próximos às canoas em que pescavam.
Nesta segunda-feira (24), o filho de uma das vítimas completa 10 anos.
Gideão
Dezenas de pessoas ocuparam as ruas da cidade com gritos de ordem e faixas clamando por justiça.
A vendedora Socorro Magave, de 37 anos, é cunhada de Gideão. Ela e o tio de Elias falaram por telefone com a reportagem do Portal SN.com.
Socorro contou que o cunhado trabalhava com manutenção de celular e nunca teve envolvimento com o crime, nem tinha rixa com ninguém. Gideão deixou esposa e três filhos. Um deles completa 10 anos hoje.
Revoltada com a morte do cunhado, ela disse que até agora a Policia Civil não procurou ninguém da família para conversar ou pra colher depoimento. Gideão foi morto com dois tiros.
“A população está indignada porque desde que meu cunhado sumiu eu pedi apoio da polícia. Ninguém deu suporte pra gente. Todo mundo se virou aqui. Combustível foi doado pela comunidade. Só foi pro rio amigos e familiares. Meu cunhado saiu pra pescar e pegaram ele na volta, porque encontraram peixe na canoa dele. Querem dizer que foi latrocínio porque não encontraram o motor dele nem outros objetos que ele usava”, relatou a cunhada.
Elias
O tio de Elias, o motorista Ivan Penha, de 41 anos, contou que o sobrinho era uma pessoa muito trabalhadora e nunca esteve envolvido no mundo do crime e, assim como o amigo Gideão, não tinha desavença com ninguém.
Ele contou que o sobrinho estava desempregado, mas fazia bicos como cozinheiro para sustentar a família. Ele também tinha três filhos e era casado.
Ivan disse que existem suspeitas sobre os autores do crime.
“A gente suspeita de algumas pessoas, só que hoje a gente não afirma o nome de ninguém. Tem pessoas que chegaram comigo e disseram: Ivan eu vi fulano de tal próximo deles no dia do desaparecimento. Então, a gente precisa ter cuidado pra não acusar ninguém sem saber”, ponderou o tio de Elias.
Duplo homicídio
Os amigos Gideão e Elias saíram na sexta-feira (21) para pescar e não foram mais vistos. Após 24h de desaparecimento, familiares acionaram as autoridades locais. Sem resposta, cerca de 40 pessoas se reuniram e passaram a realizar buscas pelos locais onde eles poderiam ter passado.
No domingo pela manhã, eles encontraram as canoas que eles estavam com peixes e alguns objetos utilizados para a pescaria. Os corpos foram encontrados boiando em uma outra parte do rio.
A Assessoria de Comunicação da Policia Civil informou que uma equipe do Departamento de Polícia do Interior foi enviada à região para dar início às investigações.