Por ANDRÉ SILVA
Todos os anos uma nuvem de poeira atravessa o Oceano Atlântico vinda do Deserto do Saara, no continente africano, e, na maioria das vezes se dissipa na costa do Brasil.
Segundo meteorologista Jeferson Vilhena, do Instituto de Estudos e Pesquisas do Amapá (Iepa), o evento climático não afeta em nada a vida do ser humano deste lado do planeta e, na maioria das vezes, é imperceptível.
A previsão é que a nuvem chegue à costa brasileira e atinja estados das Regiões Nordeste e Norte, podendo chegar ao Amapá neste fim de semana.
Corre na internet, desde o início da semana, notícias que dão conta de que dois satélites norte-americanos (SNNP e NOAA-20), que detectam imagens em aerossol, registraram partículas de poeiras navegando na atmosfera da terra sob o oceano atlântico próximo à costa brasileira, no último dia 6 de março.
De acordo com o meteorologista, as partículas de poeira são suspensas na atmosfera e levadas pelas correntes de vento para o Atlântico.
“A areia sobe e pega as correntes de altos níveis de ventos. Ela fica lá em cima como se fossem gotículas de água. As gotículas de água ficam circulando assim, como também essas partículas de areia ficam flutuando até alcançarem peso e cair. Às vezes, elas começam a cair pelo oceano e se elas se mantiverem em suspenção durante muito tempo, podem chegar à América, mas isso acontece durante o ano todo. É algo natural”, explicou Vilhena.
Para ele, não há necessidade de alarde por se tratar de evento natural. Segundo ele, muitas pessoas utilizam a informação para perturbar a população e criar fake news – são indivíduos que ele chama de ‘terroristas climáticos’.
“Como isso aí acontece o ano todo, a gente não se preocupa. É só mais terrorismo climático que não vai afetar em nada a nossa vida”, tranquilizou.