Por ANDRÉ SILVA
Moradores da Passarela Guaranis, localizada no Bairro do Muca, zona sul de Macapá, passam por momentos cada vez mais difíceis com as péssimas condições da única ponte que dá acesso às casas. A estrutura de madeira está comprometida e em alguns trechos ameaça cair.
São muitos os relatos de moradores, especialmente idosos que já caíram no lago ou sofreram quedas em cima da própria passarela, o que deixou sequelas em alguns deles.
Uma das vítimas foi dona Maria Raimunda da Silva Braga, de 77 anos, que há 40 anos vive no lugar. Ela disse que há quatro anos, enquanto caminhava na estreita ponte, um dos pés atravessou uma tábua velha, que estava solta. O acidente ocasionou luxação e ferimentos na perna da idosa. Ela diz que, desde então, não consegue andar sem a bengala.
“Foi um vizinho aqui de perto que me levantou quando caí. Seria muito bom se viessem arrumar porque é muito ruim, principalmente pra pessoas como eu, que andam de bengala”, relatou dona Maria.
Gelma Pereira de Sousa Rodrigues é mãe de uma criança com Transtorno do Espectro Autista, de 5 anos. Ela disse que tem muita dificuldade em caminhar com o filho pelo local, porque ele fica muito agitado durante o percurso que precisa repetir todos os dias para ir à escola. A moradora lembra o dia em que, durante uma crise do garoto, o pior quase aconteceu.
“Ele teve uma crise lá pro final da ponte. Veio se jogando e eu, com todo cuidado, ainda caí duas vezes, só que não me machuquei. Pra não machucar ele, eu o soltei para que ele deitasse na ponte. Caí de joelho”, relembrou.
Busca por providências
O jovem morador Mateus Silva, de 30 anos, contou que protocolou um pedido de reforma da passarela, em junho de 2021, mas até o momento não teve resposta nenhuma da Prefeitura Municipal de Macapá.
Ele relatou que pesquisou o andamento do processo no site da PMM e percebeu que ele havia sido arquivado no ano passado.
“A tendência é que daqui pra frente, se não tivermos resposta, é organizarmos manifestações. Só assim eles entendem o que estamos passando”, ameaçou o morador.
Ele ainda relatou que a situação piora quando chove.
“Enche. A água cobre a ponte e quando seca, um monte de pau vai junto”, lamentou o morador.
O que diz a PMM
A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Obras (Semob). A pasta informou que a responsabilidade de projetos voltados às passarelas de áreas de ressaca é da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Integrado (Semdi).
No entanto, a reportagem não obteve resposta do secretário responsável pela pasta.