Acusado de matar idoso em jogo de cartas se entrega, confessa trapaça e tiros

Cleber Isacksson dos Reis chegou no Ciosp do Macapaba, na zona norte, acompanhado da advogada e da esposa.
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Por ANDRÉ SILVA

Cleber Isacksson dos Reis, de 38 anos, o Boquita, acusado de matar o aposentado Renato Soares Ferreira, de 64 anos, na manhã da última terça-feira (19), se entregou.

Acompanhado da advogada e da esposa, ele se apresentou na tarde de quinta-feira (21), no Ciosp do Macapaba, zona norte de Macapá, onde confessou o crime.

Contra Boquita já havia uma ordem de prisão, pedida pelo delegado Wellignton Ferraz da Delegacia de Homicídios, que conduz o inquérito policial sobre o caso.

Ele chegou de cabeça baixa e não quis falar com a reportagem. Veja o momento da chegada:

O delegado Wellignton Ferraz disse que durante o depoimento Boquita relatou que realmente trapaceou no jogo e atirou depois que o idoso descobriu. Disse, ainda, que agiu sob o efeito de uma substância chamada Potenay – espécie de tônico energético e estimulante usado para acelerar a disposição para treinos físicos –, misturada com álcool.

Ele contou que ao ser descoberto, as pessoas que estavam à mesa do jogo foram para cima dele. Numa suposta atitude de defesa, efetuou os disparos.

No entanto, as versões de testemunhas oculares são diferentes, de acordo com o delegado.

Delegado Wellington Ferraz preside o inquérito policial sobre o caso

“Por outro lado, as testemunhas que foram ouvidas apresentaram uma versão que vai de encontro ao que ele falou aqui. De que o idoso ao perceber que ele estava trapaceando, o reprimiu e imediatamente ele teria dito que ‘cagueta ele matava’ e que o idoso, sem saber que ele seria capaz disso, teria dito ‘então mata’. Ele teria sacado a arma, o que teria assustado todo mundo, e efetuou os disparos”, detalhou o delegado.

Depois dos disparos, o homem relatou que fugiu do lugar em uma motocicleta e que a arma teria caído no caminho.

Quando questionado sobre estar armado, Cleber teria dito ao delegado que era para se defender, pois, no dia 30 de março, ele teria se envolvido em uma confusão com um policial penal em um bar, ocasião que o policial atirou na direção dele, mas acabou acertando o segurança do local onde ele estava – caso mostrado pelo Portal SN. O tiro pegou no rosto do segurança. Ele sobreviveu.

A advogada do acusado, Ana Fascio, justificou que o cliente trapaceou porque estava precisando do dinheiro.

Advogada do acusado, Ana Fascio: “Ele não está negando que atirou, ele atirou na vítima. Mas está arrependido do que fez. Estava sob o efeito de substância entorpecente”. Foto e Vídeo: André Silva/SN

“O Cleber estava pensando por uma situação complicada e, aí, ele procurou o jogo de cartas como foi dito, e ele realmente estava trapaceando porque estava precisando do valor e a vítima viu. Ele não está negando que atirou, ele atirou na vítima. Mas está arrependido do que fez. Estava sob o efeito de substância entorpecente, misturado com bebida alcoólica”, defendeu a advogada.

Boquita fez exame de corpo de delito e aguardará em uma cela no Ciosp até a realização de audiência de custódia para decidir se ele permanecerá preso ou se responderá ao processo em liberdade.

Boquita agora aguarda audiência de custódia

O crime

Segundo as investigações, o crime ocorreu durante um jogo de baralho e foi motivado porque Renato teria dito aos demais jogadores que Boquita estava trapaceando na disputa, escondendo cartas na sua camisa. Quatro jogadores estavam à mesa no momento do fato.

Renato foi…

… morto com tiros no torax

Após a acusação, o atirador teria dito: “cagueta morre”. Em seguida, sacou uma arma da cintura e disparou pelo menos três vezes contra a vítima. Os tiros acertaram o tórax. O aposentado ainda deu alguns passos, antes de cair na calçada da casa. Ele morreu antes da chegada do Samu. Em seguida, Boquita fugiu.

Seles Nafes
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