Por SELES NAFES
Uma situação no mínimo incomum vem gerando bastante desconforto entre funcionários e professores da Secretaria Municipal de Educação de Macapá (Semed), e envolve o ex-subsecretário de planejamento da pasta, Diego Santos. Apesar de ter sido exonerado, ele continua atuando e, aparentemente, manteria forte influência dentro do órgão.
Diego, que é ex-candidato a vereador e filiado ao Cidadania (mesmo partido do prefeito Dr Furlan), teve a exoneração publicada no Diário Oficial de Macapá no último dia 31 de março, dois dias antes do fim do prazo de desincompatibilização de gestores com intenções de disputar as eleições de 2022. No entanto, na prática, ele continuou frequentando o prédio da Semed e até comparecendo a eventos oficiais da secretaria.
Fotos de dois momentos distintos da atuação do ex-subsecretário foram feitas por servidores. Apesar de estar com a mesma roupa, elas foram tiradas em dias diferentes. Foi assim no dia 7 de maio, quando participou do ato de formatura do programa “Educar Pra Valer”, na Escola Municipal José Leoves, no Bairro Renascer, na zona norte de Macapá.
No dia 27 do mesmo mês, ele falou para uma plateia sobre o Plano Estratégico de 2022 da prefeitura de Macapá, num evento realizado no auditório da Banda, no Centro da capital.
Os profissionais afirmam que mesmo estando oficialmente desligado da Semed, o ex-gestor continua com poderes dentro da secretaria, ao mesmo tempo em que estaria cotado para uma candidatura a deputado estadual. Entre as atribuições e poderes do “subsecretário informal”, estaria a prerrogativa de fazer indicações de contratação de pessoal.
Incentivador
Procurado e informado sobre o tema, o ex-subsecretário admitiu que participou dos eventos dos dias 7 e 27 de maio, mas de forma gratuita como palestrante e militante de políticas educacionais.
“Participei como palestrante na Formação Continuada de Gestores Escolares com o objetivo de mostrar como funciona um Plano Estratégico Educacional para Escolas. O Programa Educar pra Valer (27 de maio) é realizado também de forma gratuita pela Associação Bem Comum. Sou um incentivador de políticas públicas educacionais”, garantiu.
Sobre influenciar em contratações de pessoal, Diego afirmou que a prefeitura não mantém contratos administrativos, e que qualquer nomeação a cargos comissionados é prerrogativa apenas do prefeito.
“Sou professor, militante da educação, tenho alguns projetos sociais e educacionais, que são desenvolvidos com crianças carentes. Eu não cobro pelas minhas palestras, nem em escolas, universidades, ou qualquer outro tipo de instituição. Não tenho qualquer influência, nem parentes nomeados na gestão”.
Sobre ser pré-candidato a deputado federal, ele disse que “algumas pessoas cogitaram meu nome. Mas continuo atuando como professor”.