Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
Praticamente todo santanense conhece a famosa batata frita do Já Morreu, singelo e carinhoso apelido destinado ao popular vendedor ambulante do Bairro Nova Brasília, em Santana.
Agora, o cantinho do Já Morreu e outros diversos pontos e monumentos de Macapá e Santana, ganham cores e momentos eternizados de artistas livres, pessoas comuns que utilizam suas horas vagas do trabalho e afazeres para homenagear a cidade, capturando e eternizando momentos e cenas, que talvez a correria do dia-a-dia e o costume não nos permitam perceber toda vez.
Uma dessas pessoas é o professor Carliendell, que já tornou suas redes sociais uma espécie de oásis de beleza poética, postando seus desenhos do cotidiano.
Ele contou ao Portal SelesNafes.com um pouco desta homenagem específica e explicou que, na verdade, trata-se de um movimento bem mais amplo que envolve várias pessoas.
“Muitos santanenses cresceram conhecendo a batata do Já Morreu, assim como eu. Então, ele é uma espécie de patrimônio de Santana”, contou o professor.
Carliendell também disse que o vendedor é carismático, que mesmo com muita gente na barraca dele, ele sabe exatamente a ordem de chegada e pedido de todos os clientes, só aceita dinheiro para atender mais rápido e sempre, absolutamente todas as vezes, está com um boné do Vasco da Gama.
“A ideia de desenhar o carrinho do Já Morreu é uma forma de reconhecer essa importância que ele tem para o cotidiano da cidade. Uma singela homenagem que, pra minha surpresa, as pessoas compartilharam muito, despertando memórias. Teve gente até que disse que conheceu a esposa comendo batata lá”, comentou Carliendell.
Comunidade global
Este movimento que o professor e outras pessoas no Amapá praticam, é, na verdade, parte de uma comunidade global chamada Urban Skettchers.
São pessoas que praticam desenho de rua ou desenho de locação. Qualquer técnica pode ser utilizada e, no caso do professor de geografia e diretor de escola, é a aquarela.
“É um movimento de pessoas que usam o desenho para compartilhar o amor pelos lugares onde elas moram ou para lugares onde elas viajam. Existem encontros periódicos pra sair e desenhar ao ar livre, em lugares públicos”, revelou Carliendell.