Por RODRIGO ÍNDIO
A Justiça do Amapá decidiu manter preso o casal indiciado por estupro de três crianças no interior do Estado. Os abusos duraram, segundo a Polícia Civil, por pelo menos 4 anos.
Em audiência de custódia nesta sexta-feira (7), o juiz Fábio Silveira Gurgel do Amaral, de Ferreira Gomes, onde o caso ocorreu, converteu em preventiva as prisões do padrasto das três crianças e da mãe delas, por estupro de vulnerável.
Agora, o casal será encaminhado ao Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), em Macapá.
O caso ganhou grande repercussão nesta sexta. Joãozinho Barros Tavares, de 29 anos, é acusado de estuprar as enteadas em troca de alimento e, segundo a polícia, com o consentimento de Eliane Pereira de Oliveira, mãe das crianças e tem 37 anos.
Na decisão, o magistrado entendeu que houve prova da existência do crime e de indícios suficientes de autoria.
“Sobre os demais requisitos, consta que, apesar de o crime ter ocorrido há um certo tempo, ano de 2017, resta que há um histórico de ameaças e perseguições por parte dos apreendidos, após perderem a guarda das crianças, chegando ao ponto de a atual guardiã [uma dia das vítimas] pedir medidas protetivas”, explicou o magistrado na decisão.
Segundo a Polícia Civil o casal já saiu de Ferreira e está sendo trazido para o Iapen, na capital.
Os abusos
O crime teria ocorrido durante pelo menos 4 anos, em Tracajatuba, comunidade rural do município de Ferreira Gomes, cidade a 136 quilômetros de Macapá.
Segundo a investigação, a menina mais velha, hoje com 12 anos, começou a ser abusada aos 5 anos de idade, em troca de alimento, a partir do momento em que a família se mudou para a comunidade.
Depois que suas irmãs menores, hoje com 10 e 8 anos, foram crescendo, o padrasto passou a fazer o mesmo com elas – e com o aval da mãe, diz a polícia.
As vítimas foram submetidas a exame de conjunção carnal, que comprovou os abusos.
A mulher e o companheiro também cometiam maus-tratos contra as meninas. Em razão disso, em 2017, eles perderam a guarda das crianças que passaram a ficar sob os cuidados dos tios maternos.
De acordo com delegado Felipe Rodrigues, titular da delegacia de Ferreira Gomes, o caso chegou ao conhecimento da polícia em setembro de 2022, através de relatório do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) da cidade. Com isso, o delegado iniciou a investigação.
A tia das crianças, que atualmente detém a guarda delas, solicitou uma medida protetiva para as crianças no ano de 2019. O abusador e a mãe estavam rondado a escola onde as meninas estudavam, para intimidá-las.
O casal nega as acusações.