Por SELES NAFES
A nomeação da primeira-dama de Macapá Rayssa Furlan (MDB) na Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), por ato do prefeito Dr Furlan (sem partido) caiu como uma bomba entre os assistentes sociais de carreira da prefeitura e ligados a outros segmentos do poder público. As críticas vão no sentido de se tratar de uma médica, política e primeira-dama ocupando uma função técnica e bastante peculiar.
Representantes dos profissionais afirmam que nomear primeira-dama para a função é algo bem ultrapassado e prejudicial para a organização e eficiência da assistência social.
Segundo eles, é uma área que exige ter um conhecimento técnico por conta da legislação específica e tipificação de serviços.
“Muito ultrapassado (nomear primeira dama). Geralmente a primeira dama chega e bagunça todo o trabalho (feito pelos técnicos). Tem manifestação no Conselho Municipal e uma articulação dos trabalhadores e usuários para lançarmos uma nota de pública. É um trabalho sério, que não é só entregar cesta básica, é uma política de direitos”, explica a conselheira municipal de Assistência Social, Tatiana Rezende.
Os profissionais e usuários avaliam que terão problemas com Rayssa por conta do temperamento dela, e estão organizando uma reunião para tentar um diálogo com o prefeito.
“Quem já trabalhou com ela, sabe como ela é”, diz um profissional.
Furlan, aliás, havia prometido no Twitter que não nomearia Rayssa para a Semas. Foi em outubro de 2020, durante a campanha pela prefeitura.
“Minha esposa não tem a menor pretensão de abandonar sua pretensão de médica e nem eu a intenção de coloca-la em qualquer secretaria. Vamos optar sempre por técnicos das áreas”, assegurou, demonstrando que pra ele o discurso é diferente da prática.