Câncer de próstata e colo do útero lideram notificações no Amapá

Levantamento foi divulgado pela Superintendência de Vigilância em Saúde do Amapá.
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Por RODRIGO ÍNDIO

O 1° Boletim do Registro de Câncer de Base Populacional (RCBP) do Amapá, com dados coletados desde 2016, aponta que o número de casos cresceu no estado.

Os números apresentados nesta terça-feira (8) mostram que os cânceres de próstata nos homens e de colo do útero nas mulheres lideram com a maior incidência de notificações.

Só no ano de 2016 ocorreram 900 casos novos, dos quais 50,4% são do sexo feminino e 40,6% do masculino. Distribuição percentual das dez localizações primárias mais frequentes, segundo o levantamento do RCBP/AP 2016, que é ligado ao Ministério da Saúde.

Distribuição percentual das dez localizações primárias mais frequentes, segundo o levantamento do RCBP/AP 2016, que é ligado ao Ministério da Saúde

Homens

Nos homens foram registrados 440 casos novos. O câncer de próstata representou o primeiro lugar em maior incidência com 23,9%, seguido pelo câncer de estomago com 13,9% e pulmão com 8,4%.

O câncer de próstata representou o primeiro lugar em maior incidência com 23,9%

Mulheres

Já com relação as mulheres, ocorreram 457 casos novos. O câncer de colo do útero representou o primeiro lugar em maior incidência com 21,4%, seguido pelo câncer de mama com 18,8% e estômago com 5,3%.

O câncer de colo do útero representou o primeiro lugar em maior incidência com 21,4%

Vale ressaltar que não foi feito o recorte infantil para o boletim, mas geralmente, segundo a SVS, a leucemia lidera os casos nas crianças.

Segundo Iracilda Pinto, diretora executiva da SVS, o objetivo é conhecer o número de casos novos (incidência) de câncer, sua distribuição e tendência temporal na população pertencente à área geográfica de sua cobertura.

Dados foram divulgados pela SVS nesta terça. Fotos: Rodrigo Índio/SN

Iracilda Pinto, diretora executiva da SVS

“As informações produzidas pelos RCBP subsidiam estudos epidemiológicos para identificação de populações de risco e permitem medir a eficácia de programas de prevenção e controle do câncer. Antigamente o conhecimento dessas doenças era através do sistema de mortalidade”, falou.

O RCBP-AP foi criado em 2019. Para se chegar aos números de 2016 foi feita uma busca ativa retrospectiva com prontuários, visitas em hospitais e outras fontes notificadoras.

Conforme Faye Oliveira, responsável do RCBP/AP, com a divulgação desses primeiros dados, o trabalho segue para apresentar números referentes aos outros anos.

“Por ano a gente pode tá fechando um ano, ou até dois anos. Não dá pra gente trabalhar com o mesmo ano porque o câncer é algo demorado até pro diagnóstico e até tratamento. Sempre são dados de 2 anos antes, é um padrão nacional para que a gente possa ter dados fidedignos”, detalhou.

Ela contou ainda que antes se morria mais por doenças transmissíveis. Hoje, é mais por doenças não transmissíveis.

Faye Oliveira, responsável pelo Relatório

“Doenças dos aparelhos circulatórios são as que mais matam, em segundo é o câncer. A urbanização te deixou mais sedentário, você come comidas mais industriais, falta de atividades físicas, álcool, tabagismo e tudo isso são fatores para o câncer. Ou seja, os hábitos, são fatores de risco para o câncer. Por isso o levantamento para nortear políticas públicas para trabalhar a prevenção e controle do câncer”.

Em 2020, ocorreram 19,3 milhões de novos casos e 10 milhões de mortes por câncer em todo o mundo (SUNG et al., 2021). Para 2040 são projetados cerca de 28 milhões de casos novos de câncer.

Seles Nafes
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