Por ANDRÉ ZUMBI
A situação está crítica no maior conjunto habitacional do estado, localizado na zona norte de Macapá. Mais da metade dos apartamentos e corredores que dão acesso aos blocos do conjunto Habitacional Macapaba está com a energia elétrica cortada.
De acordo com a CEA Equatorial, 55% das unidades consumidora está inadimplente com a conta de luz. A falta de pagamento dos talões de energia tem gerado cortes em série.
Segundo a empresa, muitas tentativas de negociações já foram feitas, mas poucos moradores procuraram a distribuidora de energia elétrica para se regularizar.
Vídeos gravados pelos próprios moradores, revoltados, mostram que a situação fica pior à noite. Os corredores e muitos blocos ficam totalmente no escuro.
Os trabalhadores da empresa chegaram a ser hostilizados por moradores e foram impedidos de continuar o trabalho dentro da comunidade. Veja:
O carpinteiro Ivaldo Lemos Barbosa, de 44 anos, quando não está com serviço na sua área, vende mingau de milho toda a manhã no canteiro central da rua principal do conjunto. Ele disse que todo dinheiro arrecadado do negócio é destinado a pagar a conta de luz do apartamento que mora com a família.
Segundo ele, a tarifa cobrada pela companhia é muito alta e as pessoas carentes que moram no conjunto ficaram sem ter como pagar. As contas acumularam e há famílias que devem mais de R$ 9 mil em talões de energia.
Barbosa diz que empresa até chegou a propor acordos para pagamento dos débitos, mas a proposta não é viável para os moradores.
“Eles têm que oferecer um acordo que dê para as pessoas pagarem. Estão cortando a energia de todo mundo e as pessoas estão passando por dificuldade, estão sem condições de pagar. O povo do Macapaba está pedindo socorro”, clamou.
O que diz a Companhia
A CEA Equatorial informou que realizou diversas ações de negociação de débitos com os moradores do conjunto. Ofertou condições especiais de pagamento de débitos dos usuários, tudo em parceria com a justiça do Estado. J
Ressaltou que quando entrou em atividade no estado o índice de inadimplência chegava a 70%, mas depois das campanhas esse índice reduziu para 55%.
Disse ainda que fez uma busca ativa das famílias de baixa renda para que pudessem se cadastrar junto ao programa de tarifa social ofertado pela companhia, mas houve baixa adesão dos moradores ao programa.
Por fim, a companhia informou que continua à disposição para o diálogo com os moradores a fim de buscar a melhor solução para o problema.