O Governo do Estado decidiu reagir ao que se desenhava como um princípio de crise no sistema prisional do Amapá, chacoalhado nos últimos meses por fugas em massa, denúncias de superlotação e precariedade na assistência médica e jurídica. Nesta quinta-feira, 30, o governo nomeou profissionais de nível superior para o Iapen (Instituto de Administração Penitenciária), entregou equipamentos, veículos e anunciou a construção de três novos presídios.
A divulgação foi feita em meio à nomeação de 29 servidores penitenciários de nível superior (médicos, advogados, dentistas, entre outros) e a entrega de viaturas e materiais para o Iapen. Também foi o primeiro pronunciamento do secretário de Justiça e Segurança Pública, Marcos Roberto Marques, após o relatório da OAB que denunciou a superlotação na penitenciária. “A nossa administração nunca negou que estamos com uma superlotação, mas mostramos em meio às nossas ações que conseguimos reduzir bastante o número de assassinatos e fugas em comparação a 2010. Agora vamos começar a montar o projeto de mais 3 cadeias públicas com uma abertura de mais 300 vagas dentro do sistema carcerário do Amapá”, informou o secretário.
O governo federal já aceitou o projeto para construção dos três presídios. Um será construído em Laranjal do Jari, com 200 vagas, outro no município de Amapá, com 50 vagas e mais 50 vagas com um presídio em Porto Grande. “Assim poderemostambém trabalhar uma forma de afastar as facções presentes no Iapen que causam alguns transtornos”, acrescentou Marcos Roberto Marques.
A separação dos líderes de grupos organizados dentro do Iapen vai desmobilizar e controlar a rivalidade dentro do presídio. “Essa divisão de presídios ajuda bastante para um controle interno, principalmente para evitar as brigas entre facções rivais dentro do Iapen, sem contar que agora terão mais 300 vagas abertas” analisou o diretor do Iapen Nixon Kennedy.