Por IAGO FONSECA
O major da reserva da PM do Amapá, Joaquim Pereira da Silva, de 63 anos, foi condenado a 21 anos e 9 meses de prisão pelo assassinato do colega de farda, tenente Kleber dos Santos Santana, de 42 anos.
Além da reclusão, ele deverá pagar multa por danos morais em R$ 80 mil para a viúva de Kleber, Jamille Mira Santana. A sentença foi dada pela juíza substituta Rosália Bodnar após 16h de julgamento.
O réu foi condenado sem direito de recorrer em liberdade pelo crime de homicídio duplamente qualificado: motivo fútil e meio que dificultou a defesa da vítima.
O júri não acatou a acusação de tentativa de homicídio do filho de Kleber, de 4 anos, que também estava no carro durante o crime. Entretanto, durante a sentença, a juíza proferiu que o major deverá pagar a multa por danos morais devido aos eventos traumáticos vividos pela família.
Para a promotora de justiça, Klisiomar Dias, representante do Ministério Público do Amapá, o resultado foi dentro do esperado.
“Hoje foi, definitivamente, o sepultamento de Kleber para a família da vítima. O sentimento de justiça está validado. Vamos avaliar se há possibilidade de interposição de recurso em relação à decisão sobre o menor [filho de Kléber]”, declarou a promotora.
Durante o julgamento, o major alegou legítima defesa, afirmando que foi ameaçado por Kleber com uma pistola.
Animosidade
Ao concluir a sessão, as famílias de ambas as partes, que estiveram presentes no julgamento, iniciaram suas manifestações.
Creusa Santana, mãe de Kleber, comemorou a sentença com palmas. Enquanto isso, membros da família do major Joaquim foram retirados pacificamente pela Polícia Militar após iniciarem um protesto reclamando por respeito aos familiares do réu.
“Eu preciso descansar. Foi muito difícil, mas teve justiça. Ele está aqui no meio de nós, eu sei disso”, declarou a mãe de Kleber, emocionada.
O crime
O tenente da PM Kleber Santana foi morto após uma discussão de trânsito em fevereiro de 2022, em um cruzamento no Centro de Macapá, entre a Rua Odilardo Silva e Avenida Cora de Carvalho, enquanto levava o filho Paulo Artur, de quatro anos, para a escola.
Foram disparados quatro tiros pelo major Joaquim em direção ao veículo do tenente, que foi atingido na cabeça com um dos projéteis. A criança, que estava no banco de trás do carro, não foi atingida.