Por IAGO FONSECA
Emprego, educação, transporte, cultura e atenção à saúde mental são alguns dos temas que serão abordados por jovens da capital e do interior do Amapá durante a 4ª Conferência Estadual da Juventude, que ocorre nesta sexta-feira (27) e sábado (28), no auditório do Sebrae, em Macapá.
Estão sendo debatidas demandas de diversos grupos juvenis do Estado para a criação de um plano estadual que possa orientar a implementação de políticas públicas na sociedade, de acordo com a Secretaria Extraordinária de Políticas para Juventude do Amapá.
Em busca de maior participação estudantil nessas políticas, a estudante da Escola Estadual Tiradentes, Larissa Pontes, de 17 anos, espera conhecer as propostas para melhoria do bem-estar estudantil.
“Temos falado muito sobre a saúde mental dos estudantes. Somos uma escola de tempo integral e a rotina é mais pesada. Precisamos de uma estrutura mental, uma base forte com psicólogos e serviços de enfermagem nas escolas, tanto para os alunos quanto para os servidores”, contou Larissa, que também é presidente do grêmio estudantil da escola.
As propostas serão debatidas no sábado com representantes das delegações municipais, que reuniram demandas dos municípios durante o mês de setembro.
No sul do Amapá, representantes de movimentos populares de Laranjal do Jari (foto em destaque) pediram que as universidades públicas instalem polos no município, bem como o fortalecimento das escolas de tempo integral e construção da Casa da Juventude.
A delegação de Mazagão montou demandas nos eixos de transporte, cultura e emprego. Para Igor Marques, de 19 anos, o município necessita de instalação de um transporte público que atenda a demanda, bem como a realização de programações culturais que incluam os jovens.
“Não temos paradas de ônibus nem rota circular para atender a demanda dos estudantes que residem em Mazagão e precisam vir até Macapá”, declarou Igor.
Entre as requisições, a delegação mazaganense também propõe a criação de uma Secretaria da Juventude para identificar, acolher e direcionar jovens ribeirinhos para o mercado de trabalho local.
Para a secretária Extraordinária de Políticas para a Juventude, Priscila Magno, a reunião representa a reestruturação da política de juventude com participação social e política. A secretária reforça que elaboração de políticas econômicas e educacionais depende da participação coletiva.
“Não dá para outros atores construírem para os jovens sem a presença deles, deve vir dos anseios deles. Vamos discutir 12 eixos, entre saúde, segurança, emprego, educação e outros, para então criar esse documento que vai nortear as implementações baseado na realidade dos jovens amapaenses”, afirmou a secretária.
De acordo com Priscila, também serão apresentadas pela secretaria propostas para reformular o programa Amapá Jovem com mais eixos de abrangência, bem como será lançado o programa Jovem Habilitado, para conceder carteiras de habilitação gratuitas.
O evento é realizado pela primeira vez em 12 anos. Na ocasião, serão selecionados 16 delegados para debater em Brasília (DF) as reivindicações dos diversos grupos sociais do Amapá, durante a conferência nacional prevista para dezembro.