Economia: Oiapoque será base das petroleiras na fase de pesquisa

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Representantes do consórcio que vai pesquisar a existência de petróleo na costa do Amapá passaram o domingo, 14, dando explicações à classe política e empresarial do Estado sobre as atividades que só começarão de fato daqui a dois anos. Os executivos da britânica British Petroleum e da francesa Total garantiram que a base de apoio nessa primeira fase será o município de Oiapoque, a 590 quilômetros de Macapá.

A agenda dos executivos começou de manhã no Palácio do Setentrião, onde eles foram recebidos pelo governador Waldez Góes (PDT). O interesse do Amapá é que o Estado seja a base de operações não só de pesquisa, mas também durante uma possível fase de produção.

“Criamos um ambiente político institucional favorável, com todas as condições legais, transparência e segurança para todos aqueles que querem instalar-se e gerar emprego e renda. O que for possível criar em termos de legislação vamos criar”, assegurou.
Em 2013, o consórcio arrematou os campos da costa do Amapá ao custo de R$ 346 milhões em leilão promovido pela Agência Nacional de Petróleo.

“Primeiro a gente tem que descobrir o petróleo. A África tem uma geologia semelhante à costa do Amapá e deu em descobertas. Mas só a perfuração vai dizer se existe petróleo aqui. Se existe e for comercial, aí sim vamos ver qual seria a infraestrutura necessária de produção”, explicou o vice-presidente da British Petroleum, Ivan Simões.

Os executivos também explicaram o projeto para  representantes da bancada federal

Os executivos também explicaram o projeto para representantes da bancada federal. Fotos: Seles Nafes e Cássia Lima

Os poços para pesquisa serão perfurados em alto mar, a cerca de 300 quilômetros da costa de Oiapoque, em águas com até 3 quilômetros de profundidade. No total serão 10 poços, cada um deve levar cerca de 4 meses para ficar pronto.

Os executivos disseram que a possibilidade de encontrar petróleo na primeira perfuração é remota. Em Gana, na África, por exemplo, o mesmo grupo precisou de 10 poços para achar petróleo em apenas um.  

O primeiro poço será perfurado em 2017, e uma possível produção em grande escala só começaria depois de 2022, quando de fato o Amapá poderá se beneficiar dos empregos, impostos da operação e hoyalties. Nessa fase de pesquisa, no entanto, deverão ser gerados apenas 35 empregos em Oiapoque na base que será montada no aeroporto da cidade e que abastecerá os helicópteros que farão o trajeto entre o continente e o navio plataforma que fará as perfurações.

Perfurações ocorrerão a 300 quilômetros da costa do Amapá

Perfurações ocorrerão a 300 quilômetros da costa do Amapá

À noite, ainda no domingo, os executivos se encontraram com representantes da bancada federal. Só estiveram presentes os senadores Randolfe Rodrigues (Psol), Davi Alcolumbre (DEM), e o deputado federal Marcos Reátegui (PSC). Estavam também o empresário Jaime Nunes, o secretário de Estado da Indústria, Eliezir Viterbino, e o presidente do Sebrae, João Alvarenga. Na semana passada, depois de uma aproximação entre o consórcio e o Pará, os dois senadores foram até a embaixada francesa pedir explicações sobre as intenções das empresas.  

“Essa primeira fase é muito embrionária mesmo, mas precisa ser acompanhada pelo governo do Estado e bancada parlamentar. Temos que nos preparar para o melhor que venha a ocorrer que é a fase de produção. É uma fase de pesquisa que mobiliza e gera conhecimento. Eles tem consciência que o Amapá, geograficamente, é a melhor opção em base de operações, e por enquanto não há razão para o estado oferecer qualquer tipo de vantagem, até porque eles já saíram vitoriosos do leilão da ANP”, ponderou Rodrigues.

“Isso é muito novo para o Amapá. A gente pensava que as operações deles já significariam a geração de todo um incremento na nossa economia. A gente quer que o Amapá se prepare para esse momento em 2022 ou 2023, com mão de obra, infraestrutura e legislação”, acrescentou Davi Alcolumbre (DEM).

A próxima fase é a realização de audiências públicas, obrigatoriedade que faz parte do processo de licenciamento ambiental e de operações.

Reportagem: Seles Nafes e Cássia Lima

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