Por IAGO FONSECA
O Amapá subiu de dois para sete o número de municípios com quadro preocupante de casos de malária.
O governo do Estado, por meio de decreto, incluiu em situação de emergência, na última sexta (17), os municípios de Oiapoque, Macapá, Porto Grande, Santana e Mazagão, após registro de aumento de 92,5% dos casos em 10 meses, comparados com 2022.
De 1° de janeiro a 8 de novembro de 2023, o Amapá registrou mais de 3,8 mil casos da doença, cerca de 1,8 mil a mais que o contabilizado em 2022 no mesmo período, segundo a Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS).
Anteriormente, em 13 de novembro, Pedra Branca do Amapari e Calçoene já estavam em observação, com medidas para controlar o surto.
O decreto possibilita que os municípios recebam ajuda do Governo Federal para controlar a crise com recursos financeiros, envio de especialistas e ajudas humanitárias.
Os municípios mais afetados este ano são Calçoene com 2,1 mil casos, Oiapoque com 708 e Pedra Branca do Amapari com 417 ocorrências. A capital do estado, Macapá, apresenta 245 casos até 8 de novembro, 51 a mais que em 2022, quando 195 casos foram registrados.
Combate
Mosquiteiros com inseticidas, kits de testagem rápida, exames da gota espessa – que diferencia os tipos e estágio de evolução da malária, ações educativas e reforço de equipamentos e equipes técnicas nas áreas afetadas são as medidas tomadas pelo governo estadual para combater o surto da doença.
Garimpo
As áreas de garimpo em Calçoene e Oiapoque são as que mais registram casos de malária, pela grande circulação de pessoas de vários lugares diferentes e as atividades de mineração, de acordo com o monitoramento epidemiológico da SVS.
Sintomas e tratamento
Causadora de febre alta, calafrios, tremores, sudorese e dor de cabeça, a malária é uma doença infecciosa transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada por um protozoário.
A doença não é contagiosa. O tratamento adequado é feito com medicamentos antimaláricos potentes e de ação rápida, que podem curar a doença. Entretanto, a falta de cuidados pode levar a casos graves e até a morte.