Por IAGO FONSECA
Pode ter origem criminosa o incêndio que já consumiu mais de 14 mil hectares da Reserva Biológica do Lago Piratuba, no leste amapaense. O sinistro já dura pouco mais de 3 semanas.
A Polícia Civil do Amapá abriu inquérito para apurar as suspeitas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) de que o fogo teria começado por retaliação de pescadores clandestinos à forte fiscalização do órgão federal, que administra a reserva.
A pesca é proibida no local, mas os pescadores insistem em adentrar na área de proteção. Eles teriam ateado fogo próximo ao município de Tartarugalzinho, segundo a polícia.
A informação foi revelada durante a divulgação do relatório sobre combate a queimadas e estiagem, na manhã desta quinta-feira (30), no Palácio do Setentrião em Macapá.
“Nessas investigações conseguimos mapear esse entorno, mais especificamente em Tartarugalzinho e Pracuúba, identificando o que seriam fogos criminosos. Temos inquéritos com pessoas identificadas que foram responsáveis por alguns dos focos de incêndio que tomaram proporção muito grande”, declarou o Delegado Geral da Polícia Civil, Cezar Augusto Vieira.
Além dos pescadores, as investigações apontam que o fogo entre os municípios de Pracuúba e Amapá pode ter sido provocado para limpeza do campo, para o laço de animais.
A reserva possui mais de 390 mil hectares, cercada pelos municípios de Amapá, Tartarugalzinho e Pracuúba, na Região dos Lagos. Há 22 dias, três pontos de queimadas quilométricas atingem a reserva ambiental.
Outro incêndio que iniciou entre os municípios de Amapá e Tartarugalzinho já atinge 450 hectares do Lago Piratuba. No leste da reserva, na margem oceânica, mais 8 mil hectares são afetados pelas chamas.
Segundo a Defesa Civil do Amapá, com o início das chuvas os focos de incêndio diminuíram em todo o estado, mas se concentram no Lago Piratuba e em uma área próxima ao Arquipélago do Bailique.
“As chuvas amenizaram a situação, esperamos que nos próximos dias possamos eliminar esses incêndios”, concluiu o comandante do Corpo de Bombeiros Militar, coronel Alexandre Veríssimo.