Por IAGO FONSECA
A população impactada pelos efeitos da seca e salinização dos rios do Amapá continuará beneficiada com água mineral, potável e kits de alimentos por mais quatro meses, segundo informou o governo do Estado. O auxílio considera o tempo de recuperação das comunidades afetadas nos últimos três meses com a falta de recursos essenciais.
Os serviços de assistência social do Estado são os mais demandados pelos municípios durante a gestão das emergências ambientais, de acordo com a secretária da pasta, Aline Gurgel. Conforme o relatório da crise climática, divulgado nesta quinta-feira (30), mais de 50 mil litros de água mineral e 15 mil cestas básicas foram distribuídas aos municípios e distritos em situação crítica. Tartarugalzinho, Bailique (Macapá) e Sucuriju (Amapá) receberam, até 29 de novembro, mais de 1,8 milhão de litros de água potável e 2,1 mil caixas d’água.
“As pessoas precisam desse olhar que a assistência social pode dar. Pedimos do Governo Federal a quebra do escalonamento do pagamento do Bolsa Família, para que as pessoas não precisem aguardar o agendamento recebam o pagamento antecipado no primeiro dia do mês nos municípios mais afetados”, declarou a secretária.
A gestora reforçou que apesar de o escalonamento ter sido solicitado aos 16 municípios, o Ministério de Desenvolvimento e Assistência Social faz a busca onde a calamidade é maior para atender prioritariamente, como em Tartarugalzinho e no Bailique.
“A assistência social vai continuar com o apoio até fevereiro para suprir os efeitos da salinização e estiagem. Já para a crise da mandiocultura, em Oiapoque, deve seguir por mais dez meses até encontrarmos soluções viáveis para resolver a segurança alimentar das pessoas”, concluiu Aline.
Dessalinização
O Arquipélago do Bailique, em Macapá, e a comunidade do Sucuriju, no município de Amapá, enfrentam o salinização do Rio Amazonas todos os anos devido ao avanço do mar, porém, fenômeno foi intensificado neste ano.
Em novembro, a Caesa iniciou testes em uma máquina de dessalinização no Arquipélago do Bailique para transformar a água salgada em potável. O processo separa o sal da água por meio de pressão.
“Montamos um laboratório permanente no Bailique para medir os índices de salinidade da água em diversos pontos da região. Essa semana já aumentaram os índices de salinidade em relação a semana anterior, que deixa a água fora dos padrões aceitáveis”, comentou o diretor da Caesa, Jorge Amanajás.
Uma busca ativa tem sido feita em diversos pontos da região para tratar as águas menos afetadas pelo avanço do mar, de acordo com o diretor.