CAROLINA MACHADO
Autoridades de saúde do Amapá estão preocupadas com a vacinação contra a gripe, que ainda permanece com baixa cobertura no Estado. Atualmente, menos de 30%, dos grupos prioritários se imunizaram. O percentual está distante da meta anunciada pelo Ministério da Saúde (MS), que é de 90%.
“É um dado que realmente preocupa porque foram grupos prioritários escolhidos para fazerem parte dessa campanha, como são as crianças, os idosos, as gestantes, as puérperas, as pessoas imunocomprometidas e pessoas que têm comorbidades como pressão alta, diabetes, pessoas cardiopatas. Nós pedimos isso, e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, ouviu nosso pedido e conseguiu com que o laboratório entregasse essa vacina antecipadamente e nós estamos com toda essa dificuldade de alcançar essa população”, lamentou a coordenadora estadual de Imunização da Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS), Maria Angélica Oliveira.
Segundo Maria Angélica, os grupos prioritários têm um risco maior de ter a forma grave da doença e serem internados em UTI ou até mesmo irem a óbito. Por conta disso, a campanha de imunização, que era para iniciar apenas em abril de 2024, foi antecipada para novembro de 2023 no Amapá e nos demais estados da região norte porque quando era feita junto com a data nacional, que ocorre nos meses de abril e maio, os estados do norte já passaram pelo surto de gripe.
“Estamos com várias estratégias aí, os municípios vacinando, fazendo busca casa a casa, procurando os profissionais de saúde que ainda não tomaram a vacina, para que a gente possa atingir a meta mínima, que é 90%, que é a cobertura que nos dá a segurança”, afirmou Maria Angélica.
De acordo com a coordenadora, uma das causas da baixa cobertura vacinal é que as pessoas que tomaram a vacina no início de 2023 acham que não precisam mais tomar, além das fake news propagadas.
“Muitas pessoas falam que a vacina traz problemas para a saúde. Pelo contrário, as vacinas protegem as pessoas, protegem a vida das pessoas. Elas são seguras, são vacinas usadas no mundo inteiro e não há preocupação em se tomar uma vacina hoje no Brasil porque todas têm um controle de qualidade, passam por todos os testes. De eficácia, de eficiência, de efetividade, então não tem por que a pessoa recusar uma vacina por conta de suspeitar que ela possa fazer mal”, afirmou.
Mesmo sem precisar números, Maria Angélica expõe que a Epidemiologia da SVS identificou um aumento no número de Síndrome Respiratória Aguda desde as últimas semanas do ano 2023.
“Começou a haver um aumento, inclusive de Covid também. Então, estão sendo monitorados esses casos, assim como a hospitalização, a hospitalização e UTI, tudo está sendo monitorado e até o momento está sob controle, o que a gente precisa mesmo é focar na vacinação”, declarou.
Ranking dos municípios
De acordo com a SVS, até o dia 23 de janeiro, dos 16 municípios do estado, apenas seis têm mais de 50% da população vacinada: Tartarugalzinho, com 72,50% do público prioritário; Itaubal com 69,87%; Serra do Navio com 56,97%; Cutias com 55,45%; Oiapoque com 51,30% e Calçoene com 51,07%.
A vacina pode ser encontrada em qualquer Unidade Básica de Saúde (UBS). Podem se vacinar as crianças, idosos, gestantes, profissionais de saúde, professores e pessoas com comorbidade.