Por CAROLINA MACHADO
Familiares e amigos estiveram na manhã deste sábado (27) na Câmara dos Vereadores de Macapá para prestar as últimas homenagens à cantora afuaense Dani Li, que faleceu na última quarta-feira (24) em Curitiba (PR) após complicações em um procedimento cirúrgico. Ela foi velada desde às 18h de sexta-feira (26) até as 10h de hoje, quando foi levada no caminhão do Corpo de Bombeiros do Amapá para o Cemitério de São José, localizado no Bairro Buritizal, na zona sul da capital.
Bastante emocionada, a irmã da cantora, Dariane Machado, pediu justiça por Dani Li.
“Eu preciso que, através do que aconteceu com a minha irmã, que ela possa salvar outras vidas, que o nome da minha irmã vire lei. Assim como tem a Lei Maria da Penha, a gente precisa fazer lei mais drásticas, para essas pessoas pagarem, para esses tipos de médicos, para esses tipos de hospitais terem medo de operar pessoas de qualquer jeito. Que eles paguem atrás das grades, que eles cumpram a pena como assassinos cruéis”, afirmou.
Para a irmã de Dani Li, os médicos que realizaram o procedimento estão matando pessoas por dinheiro.
“Eles continuam matando e nada acontece. Preciso que através da minha irmã as leis sejam mais cruéis. Por causa disso, a gente vai ficar sem a minha irmã. Por causa disso, a gente está dando o último adeus pra ela hoje. Por causa disso nunca mais a minha sobrinha vai ter a mãe dela. A minha irmã deixa um legado muito grande de cantora, de mulher, de filha, de irmã. Foi a melhor filha que eu já vi na minha vida, a melhor irmã. E nesse momento agora eu queria justiça”, declarou Dariane.
A amiga de Dani Li, Nívea Pureza, conta que conhece a cantora há dez anos e que a partida dela pegou a todos de surpresa.
“Ela era uma pessoa maravilhosa, tinha uma voz maravilhosa que me encantou e encantou a todos da minha família. E de repente acabar com esse sonho dela nos pegou de surpresa, pegou todo mundo de surpresa. As festas que a Dani fez em casa, marcaram muito a gente. A última festa, que foi no mês de dezembro, nos 80 anos da minha mãe, ela tinha que estar presente e foi. De certa forma, aquela festa foi uma despedida dela sem nós sabermos. Em dezembro, a Dani tocou em casa e o que ela deixou de mais marcante para mim foi a música que eu lembrava muito do meu pai e que agora vai ficar eternizada e que eu vou lembrar dela também”, lamentou a amiga da cantora.
Procedimento
Para a família de Dani Li, a cantora morreu por ter recebido uma dosagem excessiva de sedativo durante o procedimento cirúrgico a qual foi submetida na noite da última sexta-feira (19), no município de São José dos Pinhais (PR), localizado a 16 quilômetros da capital Curitiba (PR).
O sobrinho de Dani Li, João Victor Cordeiro, relatou que durante o procedimento a cantora recebeu uma quantidade baixa de sedativo e acordou durante a operação. Ele explicou que ao tentarem aplicar a dosagem correta houve um excesso e, em seguida, a cantora entrou em coma e teve que ser intubada. João Victor também relatou que no local onde foi feito o procedimento não havia UTI, o que a família aponta como uma outra negligência médica.