Novas policiais do Amapá doam cabelos a pacientes com câncer

Ação reuniu 59 doações de alunos soldados do Curso de Formação da Polícia Militar do Amapá
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Por IAGO FONSECA

Em um gesto de solidariedade e empatia, alunos que participam do Curso de Formação de Soldados da Polícia Militar do Amapá doaram seus cabelos para produção de perucas a pacientes que estão em tratamento contra o câncer.

A entrega dos cabelos de 59 soldados foi realizada na manhã desta segunda-feira (29), no Quartel do Comando-Geral da PM, para a Associação dos Pacientes Oncológicos Unidos Pela Vida e Pelo Amor (Apouva), que desde 2017 atua no suporte necessário para pacientes oncológicos.

… no encerramento da formação da PM. Fotos: Iago Fonseca/SN

Soldado Gabriela: empatia

A aluna soldado Gabriela Alves conta que sempre sonhou em ser policial militar para ajudar a sociedade. Com histórico de câncer na família, ela foi uma das doadoras que cortou seu cabelo durante o ato de entrega pela PM.

“Transformo a minha vida aqui na instituição para transformar a vida de outras mulheres com a doação do meu cabelo. Já acompanhei de perto o sofrimento das mulheres, isso afeta como ela se vê, como a sociedade a vê. Essa é uma forma que eu encontrei para ajudar o próximo, para ter empatia com o outro”, ressalta a soldado.

Soldado Gabriela Alves (à esquerda): histórico de câncer na família

O momento representa também a união das mulheres que compõem a Polícia Militar, afirma a aluna soldado Letícia Dias.

“Me sinto muito honrada e feliz em ter participado dessa doação de cabelo. Saber que esse cabelo doado irá de uma aluna para uma paciente oncológica é gratificante. Desejo sucesso para o projeto e que ele possa repercutir para que cada vez mais as mulheres possam ter mais autoestima a partir da solidariedade das outras”, reforça Letícia.

Soldado Letícia Dias: feliz e honrada

Cabelos foram doados à associação que representa pacientes

A PM iniciou as tratativas para as doações após mobilização da associação nas plataformas sociais, de acordo com Léa Learte, presidente da Apouva.

“Também sou uma paciente há sete anos e sei que às vezes o sofrimento não é só pela doença. Quando fiquei careca não tive apoio nem acolhimento e por ser vaidosa sofri por isso, achei que seria o fim, então essa é uma forma de contribuir com o nosso trabalho e para os soldados já se adaptarem com a doação de cabelos”, explica a presidente.

Léa Learte, presidente da Apouva (à direita): contribuição com o trabalho

A associação existe há sete anos e atende mensalmente cerca de 100 pacientes, entre oncológicos e mulheres que sofreram escalpelamento. Os cabelos serão enviados para uma produtora de perucas colaboradora da associação no estado de Santa Catarina.

“Uma única doação não produz uma peruca, são utilizados 200 gramas de cabelo para confeccionar, será feita a triagem e então serão costurados, parte deles são perdidos”, completa Léa.

Comando da PM-AP realiza a entrega à Apouva

De acordo com o Coronel Adilton Corrêa, comandante-geral da PM no Amapá, a ação marca a extensão do trabalho social da instituição com a sociedade amapaense.

“Muitas delas já tinham cortado o cabelo e guardado, para um momento oportuno como esse. Isso mitiga um pouco o sofrimento e a luta durante a trajetória dessas pacientes. Melhora a autoestima e também pela assistência e pelo acolhimento que a Polícia Militar dá. É a esperança da melhoria dessas pessoas que estão nessa guerra, nessa luta contra o câncer”, conclui o comandante.

Seles Nafes
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