Museu que guarda riquezas e memórias do Amapá passará por ‘renascimento’

O patrimônio histórico do Amapá recebeu investimento federal para proteção das estruturas e acervo.
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Por IAGO FONSECA

Mesmo com o crescimento e grandes mudanças visuais no Centro de Macapá, alguns prédios históricos ainda resistem, como o Museu Joaquim Caetano da Silva, construído há 119 anos, que recebeu aprovação para elaboração de projeto de preservação, revitalização e ampliação pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O prédio, restaurado pela última vez em 2007, apresenta problemas de infraestrutura no forro, telhado e limitação do espaço de visitação.

Imagine entrar no terceiro prédio mais antigo do Amapá, atrás somente da Igreja Matriz de São José e da Fortaleza de São José de Macapá, e descobrir a história tucuju através de diversas urnas funerárias indígenas, mapas da antiga Macapá, grandes painéis informativos e maquete da frente da cidade de séculos atrás. É essa experiência que o Museu Joaquim Caetano dá aos seus visitantes.

Lá, também estão expostas a mobília do primeiro governador do Amapá, Janary Nunes, o uniforme de Cabralzinho, e até mesmo o baú com os restos mortais do patrono do museu, Joaquim Caetano.

Pintura da parteira Mãe Luzia. Fotos: Iago Fonseca/SN

Mapas antigos de Macapá

Mobília do primeiro governador do Amapá, Janary Nunes

Para a preservação de um dos mais importantes patrimônios históricos, culturais e arquitetônicos do estado, serão utilizados recursos de R$ 660 mil do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para desenvolver um projeto que obedeça às normas de preservação e modernização de patrimônios históricos, de acordo com Simone Maria de Jesus, coordenadora de preservação do patrimônio histórico da Secretaria de Cultura do Amapá (Secult).

“A maior dificuldade é de elaboração de projetos de qualidade com a perspectiva de restauração, porque o patrimônio, especialmente o tombado, tem que ter um pouco mais de cuidado, não é qualquer empresa de reforma, arquiteto ou engenheiro, então tem que ter um acompanhamento especializado”, destacou Simone.

A espada do Cabralzinho

Modelo de Casa-Forte

Documentos históricos

Forro está comprometido

Além da futura reforma, que deverá incluir no projeto revisão das áreas hidráulicas, elétricas e conexão com a Internet, a proposta é ampliar o espaço de visitação e construir novas salas para a administração e setores de museologia, no terreno onde hoje funciona a Secretaria de Estado do Turismo (Setur).

Além disso, também é esperada uma atualização interativa da atual exposição, formulada há mais de 15 anos.

Acervo desconhecido

Atualmente, itens protegidos pelo Iphan são armazenados nas salas de reserva técnica, no subsolo do museu. Longe dos olhos dos visitantes, é esperado que com a ampliação do espaço centenas de peças possam finalmente serem admiradas após a organização de um espaço adequado.

Urnas funerárias

Simone Maria de Jesus, coordenadora de preservação do patrimônio histórico

“A ideia é realocar o laboratório e a reserva técnica para lá (área da Setur). Então, o prédio inteiro vai ser visitado. Queremos transformar em uma grande área de exposição, para trazer mais acervo, trazer exposições de fora, exposições temporárias sobre a história do Amapá, de cada município”, reforçou Simone.

O projeto

A proposta ainda está em fase inicial. Com o recurso federal garantido, a Secult iniciou os processos de declarações documentais e deve formalizar um convênio para elaboração do projeto de revitalização a partir do segundo semestre deste ano.

Seles Nafes
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