Uma operação das polícias Federal, Civil, Rodoviária, Receita Federal e Iapen do Oiapoque terminou na apreensão de uma embarcação que transportava 18 migrantes ilegais que tentavam chegar à Caiena, capital da Guiana Francesa. Dos 18 passageiros, 13 são haitianos e 5 brasileiros.
A embarcação estava no Oceano Atlântico quando foi flagrada pelas lanchas policiais na tarde do último sábado, 27. Ela era guiada por outro barco. A catraia era de madeira e muito grande. Além dos migrantes, havia dois tripulantes e quatro “coiotes”, pessoas que são pagas para conduzir migrantes ilegais pelas fronteiras.
Segundo o delegado Charles Corrêa, da Polícia Civil do Oiapoque, o grupo havia partida de São Paulo e seguiu de ônibus até o Pará, e depois de navio até o Amapá. Cada um pagou R$ 300 pela travessia pelo Oceano até a Guiana Francesa, onde pretendiam trabalhar.
No Haiti, um dos idiomas oficiais é o francês. Todos os migrantes estão com situação legal no Brasil, mas não possuem vistos para o trabalho na Guiana. Um dos passageiros levava 300 gramas de ouro.
O barco foi obrigado a retornar para o Oiapoque. O grupo precisou dormir no prédio do Ciosp porque não tinha dinheiro para hospedagem em hotéis da cidade.
Os responsáveis pela embarcação foram autuados pelo crime de atentado à segurança no transporte fluvial. O piloto não tinha habilitação, e o barco não possuía salva-vidas.
“A travessia pelo Oceano é perigosa, com muita maresia e dura 24 horas. No ano passado 15 haitianos morreram nesse tipo de viagem”, explicou o delegado Charles Corrêa.
Os haitianos deverão permanecer no Oiapoque porque possuem passaporte e visto para ficar no Brasil, mas é bem provável que tentam nova travessia na primeira oportunidade que tiverem.