Donos de histórias de sofrimento, ostomizados recebem kits alimentícios

100 famílias receberam o benefício de uma cesta básica completa, que suporta uma família de até 5 pessoas.
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Por ANITA FLEXA

A distância não impediu o ostomizado Mauro Picanço de garantir uma cesta básica para ele e sua família. Ele veio de Santa Luzia do Pacuí, distante cerca de 132 km de Macapá.

Ele foi um dos contemplados do programa “Amapá sem Fome”, entregou kits de alimentos para 100 pessoas da Associação dos Ostomizados do Amapá nesta quarta-feira (3). O objetivo da ação é proporcionar a segurança alimentar e nutricional para os beneficiários em situação extrema vulnerabilidade social.

“Essa cesta é muito bem-vinda pra nós e chegou na hora certa. Eu tenho 35 anos e uso a bolsa de colostomia há 7 anos, após levar um tiro em um assalto. Na minha casa ninguém trabalha, minha esposa ganha o bolsa família e a gente tenta se virar como pode para arranjar o alimento para as minhas três filhas. Ainda não consegui trabalho por conta do preconceito com a bolsa e estou aguardando a cirurgia de reparação para poder voltar a minha vida normal”, afirma Mauro.

Mauro: “Ainda não consegui trabalho por conta do preconceito com a bolsa”. Fotos: Anita Flexa

Kits duram, em média, 45 dias

Rosilete: “são pessoas muito carentes”

De acordo com a presidente da Associação dos Ostomizados do Amapá,
Rosilete Maria Paes do Carmo, a ação é um projeto em parceria como Governo do Amapá, através da Secretaria de Assistência Social.

“Nós fizemos uma reunião com a secretária Aline e falamos sobre a necessidade de atender os pacientes ostomizados que estão em situação de vulnerabilidade social. Ela gostou da ideia de atender este público, pois são pessoas muito carentes. Além disso estamos cadastrando pessoas para a avaliação dos programas assistenciais do Renda e do Auxílio Gás que também nós temos”, pontuou Rosilete do Carmo Banha.

A secretária de assistência social do Amapá, Aline Gurgel, destacou que o Amapá sem Fome realiza o mapeamento e cadastra famílias em situações de extrema pobreza e risco, para levar auxílio e acolhimento do núcleo familiar. Segundo ela, os kits distribuídos atendem uma família de até 5 pessoas e dura, em média, 45 dias.

Aline Gurgel: “São casos que realmente precisam de atenção”

“São casos que realmente precisam de atenção, são histórias fortes, por exemplo, nós atendemos aqui ‘mães-solo’, que têm um filho ostomizado e que também é autista, e que não recebem nenhum outro benefício, então, a dificuldade aumenta quando a criança tem uma crise. Por isso, além do kit de alimento a gente trouxe o programa ‘Acolher Amapá’, que promove essa escuta social”, conclui.

Seles Nafes
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