Por IAGO FONSECA
Operante há cerca de um ano, o Sistema de Medição Centralizada (SMC) implantado pela CEA Equatorial em Macapá e Santana deve ser expandido para até 100 mil amapaenses nos próximos anos, segundo a empresa. O sistema realiza a leitura, acompanhamento, corte e religação das unidades consumidoras remotamente, sem a necessidade de envio de uma equipe ao local.
A proposta do SMC, conforme o Grupo Equatorial, é fornecer energia de forma segura em uma rede limpa, possibilitando a produção de balanços de dados, interrupção do fornecimento em situações de emergência e agilidade no atendimento. Atualmente, mais de 22 mil clientes são atendidos pelo sistema automático.
No entanto, a medida também evita expor equipes de corte e religação a situações tensas que podem terminar em agressão física, como já ocorreu. Em julho do ano passado, uma equipe da Equatorial foi apedrejada por moradores do Macapaba, na zona norte de Macapá.
A ferramenta ainda não permite a identificação automática de anomalias como desvio e furto de energia, que ainda dependem de visita técnica para visualização externa da rede, de acordo com o coordenador da implantação do SMC no Amapá, Luiz Henrique Oliveira.
“A ideia é que tenhamos em torno de 80 a 100 mil clientes ligados ao SMC no estado até 2026. Pretendemos expandir para todos os bairros da região metropolitana, em Macapá e Santana. Também temos um projeto para revitalizar a rede na orla de Macapá, mas nosso foco principal são as áreas de ressaca, onde ainda temos uma rede muito insegura”, explicou o coordenador.
Junto ao sistema, a distribuidora tem instalado novos postes em áreas de ressaca por meio de um projeto chamado “Pontes para o Futuro”, que teve início no ano passado em Santana. Através dessa iniciativa, mais de 15 transformadores foram instalados em áreas alagadas, o que resultou na redução da perda de energia, conforme informou a empresa.
“Entramos com 40% de perda em algumas dessas áreas e já chegamos a um limite de 10% nas áreas onde temos o SMC. A perda não se limita apenas à fraude, mas também envolve perdas técnicas, considerando que toda a rede nessas áreas de atuação é degradada e irregular”, concluiu Luiz.
Furto de energia
Outro problema identificado nos residenciais populares é o furto de energia pelo vizinho. No início de abril, vídeos circularam em grupos onde moradores de conjuntos habitacionais denunciavam supostos desvios de energia entre apartamentos. O Portal SN questionou sobre o número de denúncias recebidas e como identificar as irregularidades onde o SMC está implantado.
A empresa informou que recebe solicitações constantes para identificar e realizar vistoria técnica tanto em conjuntos habitacionais quanto em outras localidades. A vistoria é necessária para identificar se de fato se trata de furto de energia, por isso, forneceram o telefone 0800 096 0196 para consumidores que desconfiem de alterações na distribuição de energia solicitarem atendimento.
“As inspeções são realizadas fisicamente. Se o desvio é externo, seja na medição da empresa, em nossa caixa, ou na alimentação, conseguimos evidenciar durante as inspeções. Para desvio interno, o cliente deve solicitar um técnico particular para realizar as inspeções, pois não temos responsabilidade após a nossa medição”, reforçou Luiz.