Por SELES NAFES
O juiz Jayme Neto, da 2ª Vara do Trabalho de Macapá, mandou ontem (7) encerrar a instrução processual na ação movida contra a Web Flash pela mãe do auxiliar Jehoash Vitor da Costa Monteiro, de 24 anos, que morreu asfixiado dentro de uma loja da empresa, durante o apagão de 2020. O processo tramita há dois anos, e ainda não foi julgado nem na 1ª instância.
O despacho do magistrado atendeu requerimento do advogado Gustavo Andrade, que representa Euzele Maria Martins da Costa, mãe da vítima.
De acordo com o processo, baseado em inquérito policial, Jehoash estava de plantão na noite de 6 de novembro de 2020, na loja da empresa no município de Porto Grande, cidade a 105 km. Ele estava encarregado de manter o gerador funcionando para que empresas clientes do provedor não ficassem sem energia.
O inquérito concluiu que ele morreu dormindo ao inalar dióxido de carbono da queima de combustível. A empresa tem alegado em diversos processos que o funcionário teria sido negligente com as normas de segurança.
O gerador estava dentro da loja, que estava com a porta fechada. A empresa já foi condenada por danos morais em outros dois processos movidos pelo padrasto e dois irmãos da vítima. Além do provedor, um outro funcionário foi condenado em fevereiro de 2023 por ter trancado a porta da loja, onde Jeoash dormia.
O advogado da mãe do Jeoash afirma que a juíza que estava antes com o processo decidiu esperar que as demais ações fossem julgadas até o último recurso, em instâncias superiores, para só então decidir sobre a possível indenização da mãe, que pede R$ 250 mil por danos morais por acidente de trabalho.
Gustavo Andrade afirma que todas as sentenças em grau de recurso foram mantidas, e que não há mais motivos para não julgar o processo da mãe da vítima. Com a decisão de ontem, o magistrado assinala que o processo está pronto para, finalmente, ser julgado.