Por IAGO FONSECA
A ligação por via terrestre do Amapá ao restante do país parece, enfim, ter uma luz de sair do papel. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, anunciou a Rota de Integração 01 para o Amapá com um conjunto de obras de infraestrutura nos municípios de Santana, Laranjal do Jari e Oiapoque.
A Rota de Integração é planejada para ser concluída até o fim de 2026, segundo Tebet, com obras que englobam o Porto de Santana, a conclusão da ponte que liga o Laranjal do Jari a Almeirim, no Pará, e 110 km de pavimentação da BR-156, no trecho norte.
“É um projeto de desenvolvimento que ligará o Amapá definitivamente de forma terrestre ao Brasil e a Guiana Francesa, Suriname e a antiga Guiana Inglesa, com isso teremos uma porta de acesso para a Europa. É um projeto que não é para o longo prazo, tem condições de acontecer”, revelou a ministra.
Segundo Tebet, o Amapá receberá investimentos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a conclusão das obras de interligação. O anúncio oficial dos investimentos deve ocorrer entre maio e junho pelo presidente Lula (PT).
“O primeiro passo foi a produção de um esqueleto para falarmos de rodovia, ferrovia, portos, aeroportos, para termos o comércio exterior. O segundo é ouvir o setor produtivo, do empresário ao agricultor e sociedade civil. Quando a gente fala de integração nós estamos falando de desenvolvimento, de tornar o Amapá uma grande potência dentro do Brasil e com reflexo para fora”, completou a ministra.
As cinco Rotas de Integração planejadas pelo Governo Federal compõem um conjunto de 190 obras por todo o país. Três delas são relacionadas diretamente ao desenvolvimento da Amazônia.
“É um olhar muito forte para a Amazônia, é uma oportunidade única. Essa discussão sobre rotas de integração sul-americana é antiga no Brasil. Nós temos uma chance única de fortalecer toda a política de desenvolvimento de fronteira a partir dessa infraestrutura de logística. O Amapá mesmo tem infinitas possibilidades através de suas vocações, do açaí, da castanha, da Rota do Mel, são muitas da bioeconomia que estão sendo articuladas a partir da Rota de Integração”, finalizou o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes.