Trabalhadores esclarecem sobre açaí jogado fora em Macapá

Atualmente a saca do açaí custa em torno de R$ 120 a R$ 160.
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Por RODRIGO DIAS

Nos últimos dias, circularam nas redes sociais vídeos que mostram trabalhadores jogando várias sacas de açaí fora, na região metropolitana de Macapá. Os registros geraram reações negativas de internautas, sobretudo porque o alimento poderia ter sido doado ao invés de descartado.

Nesta terça-feira (21), o portal SelesNafes.Com foi apurar o que de fato aconteceu. O primeiro local visitado foi a feira do Igarapé da Fortaleza, no limite entre a capital e Santana, onde diversos barqueiros desembarcam pela manhã e pela tarde.

Aldo Lopes, que trabalha há 28 anos nesse ramo, contou à reportagem que parte do vídeo foi realmente gravada no local no último fim de semana. As sacas eram de um vendedor que havia comprado o fruto em áreas de estrada, mas não conseguiu vendê-lo em fábricas de Santana. Com isso, ele tentou comercializar na feira do Igarapé da Fortaleza, mas também não teve sucesso.

Comércio de açaí no Igarapé da Fortaleza. Fotos: Rodrigo Dias

Fruto chega das ilhas do Pará e Mazagão …

… para as amassadeiras de Macapá e Santana

Aldo Lopes trabalha há 28 anos nesse ramo

“Ficou uns dias, aí, parado. Do outro lado tinha açaí novo, de qualidade, que vem das ilhas do Pará e de Mazagão. Os batedores preferiram o açaí novo e o empresário decidiu jogar fora, mas não aqui no canal. Foi em um terreno. Algumas pessoas ainda pegaram alguns, mas ele mandou parar de dar e jogar fora. Não fomos nós que jogamos fora, não tem nada a ver com os trabalhadores daqui. Se fosse a gente, íamos doar”, explicou o trabalhador.

Atualmente, no Igarapé da Fortaleza, a saca do açaí custa entre R$ 120 e R$ 160. O produto fica mais barato no período da safra, que ocorre entre junho e agosto. Na entressafra, o produto já chegou a ultrapassar R$ 500 a saca com 4 latas de caroços.

“A tendência é o açaí ficar mais barato nos próximos meses, mas a gente não vai estragar, não, até porque tem um custo”, acrescentou Aldo.

Sacas deverão ficar mais baratas nos próximos meses

Rampa do Açaí, em Macapá

O batedor Zé Maria indicou o local onde foi feito o vídeo do descarte do fruto.

“Estou no trabalho há 30 anos. Esse registro não foi aqui, foi na Rampa do Açaí e não sei por que o rapaz fez isso. Aqui a gente não deixa. É preciso ter responsabilidade com a natureza e com o nosso bolso”, disse durante o trabalho.

Ao chegar na Rampa do Açaí, a reportagem observou que havia poucos barqueiros e trabalhadores. Eles preferiram não se pronunciar sobre o assunto, mas confirmaram que o registro foi feito no local.

Seles Nafes
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