Por SELES NAFES
O Tribunal do Júri de Macapá retomou o caso da invasão a uma agência do Santander, na manhã desta quarta-feira (5), ocorrido em 2017, no Centro Comercial de Macapá. Na tentativa de fuga do banco, um vigia da OAB e um dos bandidos morreu durante a ação do extinto Batalhão de Rádio Patrulha Motorizada (BRPM), atual Força Tática.
Em 2021, todos os policiais que atuaram na intervenção foram inocentados pela morte do vigia da OAB Adriano Fortunato, de 30 anos. A promotoria e a família alegavam que ele foi morto por engano pelos policiais, mas a perícia confirmou que havia pólvora nas mãos dele. O vigia foi acusado de estar ajudando os criminosos e teria trocado tiros com a PM.
Como houve mortos, o processo voltou ao Tribunal do Júri desta vez para julgar Allan Douglas Martines, Delson Pantoja Furtado, Marlon Vilhena da Silva e Paulo César da Silva Santos, os demais envolvidos no crime.
O primeiro depoimento desta manhã foi de Douglas Taylon Rodrigues da Silva, criminoso ‘contratado’ para furar a parede do Banco Santander, mas que foi ouvido como testemunha no processo. Ele disse que não ouviu falar da participação do vigia da OAB.
No entanto, descreveu que dentro do primeiro cofre aberto estavam três revólveres 38 com munições. O Santander é quase colado com o prédio da OAB.
Segundo o arrombador, ele, Alessandro e um menor chegaram na agência por volta das 22h, e permaneceram no interior do banco por cerca de três horas, entre a abertura da parede e do primeiro cofre.
Eles já estavam cortando o segundo cofre quando o alarme tocou, mas inicialmente o grupo não deu muita importância e continuou fazendo o arrombamento. Os três apanharam os revólveres e iniciaram uma tentativa de fuga por dentro do forro do prédio da OAB, onde estava o vigia Adriano Fortunato.
Ele também afirmou que nenhum dos ladrões estava armado quando chegou à agência, além das ferramentas para furar a parede e cortar os cofres.
Douglas e Matheus (menor) pularam para o estacionamento da OAB, mas perceberam que o local estava totalmente cercado pela polícia e retornaram. Apenas Alessandro Lima, o terceiro criminoso, segundo ele, não conseguiu sair da agência.
Eles voltaram para dentro da OAB e ouviram os primeiros disparos. Douglas negou que tenha atirado junto com Matheus, e que os dois ficaram escondidos no forro da OAB até por volta das 11h da manhã, quando dezenas de policiais militares e federais estavam no local.
“Eu chamei um policial federal, me identifiquei como assaltante e pedi para me render. Falei pra ele que estava com um revólver na cintura e ele nem me algemou”, comentou ele sobre a rendição.