Por RODRIGO DIAS
A arte, muitas vezes, vai além de cores e traços, para se tornar uma aliada em muitas lutas. Para José Emanoel Dias da Silva, de apenas 11 anos, desenhar é mais do que um passatempo, é uma maneira de enfrentar um inimigo, não dos quadrinhos que tanto ama, mas um vilão da vida real: o câncer.
Morador do Bairro Marabaixo, em Macapá, José é um menino quieto, observador e sonhador. Durante mais de um ano, ele e sua família viveram uma rotina angustiante, marcada por idas e vindas aos postos de saúde, sem respostas. Foram meses de incerteza, enquanto a saúde de José se deteriorava aos poucos.
A resposta veio apenas há dois meses: linfoma de Hodgkin, um tipo de câncer no sistema linfático. O choque foi grande, mas ao mesmo tempo trouxe alívio. Finalmente, José e sua família sabiam com o que estavam lidando. E a batalha começou.
Durante a jornada, a família encontrou um forte aliado. Agenilson Pereira, CEO da ONG Carlos Daniel, que apoia crianças com câncer no Amapá, entrou na briga e conseguiu agilizar uma consulta com um especialista em São Paulo, onde o diagnóstico foi confirmado. Através do Tratamento Fora de Domicílio (TFD), José seguiu para São Paulo.
Hoje, o garoto está em tratamento no Hospital Infantil Darcy Vargas. Enquanto enfrenta sessões de quimioterapia, encontra forças nos seus desenhos. Entre uma consulta e outra, ele mergulha em um mundo de esperança por um futuro melhor ali mesmo, nos papeis diante dos seus olhos.
“O José é uma criança que ele é muito na dele, muito tranquilo, obediente, observador. Ele desenha desde os 8 anos, isso é uma forma dele se distrair, é uma terapia para ele e tem ajudado muito, é o que ele gosta de fazer. O sonho dele é poder fazer um curso profissionalizante, para cada vez ele está se aprimorando, ele chega a falar, tem gente que fala para ele, você é um profissional, você é um desenhista, e ele fala, não, eu sou um desenhista amador, eu estou aprendendo e quero evoluir”, conta, com orgulho, Emanoel Silva, o pai de José.
Mesmo em meio a tantos desafios, a inocência de criança do pequeno guerreiro nunca deixa o sorriso desaparecer. Se tudo correr bem, o tratamento deve durar até o início de 2025. Até lá, ele precisa de ajuda para continuar a alimentar seu sonho: materiais de desenho. Papéis, giz de cera, canetinhas e lápis de cor – simples itens que o mantêm conectado à infância de uma criança saudável.
“Aqui, recebemos todo o apoio necessário para alimentação, tratamento e estadia. Mas, se alguém puder ajudar com esses materiais, seremos eternamente gratos”, diz o pai, emocionado.
A força de José inspira todos ao seu redor. Nas enfermarias, ele consegue arrancar sorrisos, ainda que tímidos, de outras crianças que também lutam contra a doença.
Para quem quiser ajudar a manter vivo o sonho do garoto amapaense, é possível entrar em contato com o pai, Emanoel, pelo WhatsApp (96) 98124-6217, que também é a chave Pix em nome de Emanoel Dias da Silva. José também espera crescer nas redes sociais e compartilhar seu talento com o mundo: @joseemanoel534 no Instagram.