Após viagem caótica com risco de naufrágio e brigas, passageiros estão a caminho do Amapá

Outro navio da empresa resgatou os passageiros de um porto comunitário no interior do Pará. Viagem já dura dois dias.
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Da REDAÇÃO

Está próximo do fim o drama de 300 passageiros que tentam voltar ao Amapá após mais de 48 horas de uma viagem que era prevista para durar no máximo 24 horas.

A maioria dos viajantes do navio Ana Beatriz VIII, que zarpou de Belém na segunda-feira (14) com destino a Santana (AP), havia ido à capital paraense para acompanhar o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, ocorrido no domingo (13).

Mas, o retorno de uma viagem que pensavam ser abençoada depois de uma linda festa religiosa acabou se transformando num verdadeiro pesadelo: risco de naufrágio, tumultos, ameaças, brigas e bebedeira. Até o comandante da embarcação foi agredido, além de passageiros.

Ontem, eles foram resgatados por outra embarcação da empresa, o Ana Beatriz V, que chegou ao porto comunitário onde o Ana Beatriz VIII está ancorado desde a segunda, na Baía do Capim, em Abaetetuba (PA), após momentos de desespero quando quase foi a pique, com a água entrando na embarcação. As causas dessa iminência de naufrágio ainda serão investigadas. Há relatos que suspeitam de excesso de carga, mas nada foi confirmado oficialmente.

Passageiros estavam sobressaltados com a iminência de naufrágio

A previsão é que cheguem no Porto do Grego, em Santana (AP), entre 14h e 15h desta quarta-feira (16).

Uma passageira, que preferiu não se identificar por medo de ser retaliada dentro do próprio navio, relatou por aplicativo de mensagens ao Portal SN que Seles que ficaram surpresos ao ver o navio de regate cheio de cargas, pois esperavam uma situação mais cômoda após os perrengues e sustos da caótica viagem.

“A falta de respeito dessa empresa não tem fim. Passamos o dia esperando o Navio Ana Beatriz V que supostamente estava vindo e Belém ‘vazio’, mas já chegou cheio de carga e até com um micro-ônibus. A tripulação meio que me marcou aqui, e ontem fui desrespeitada por uma das tripulantes na hora de entregar a janta. Estou com meu pai que tem 62 anos e estava com o pé batido e inchado e a moça (a tripulante) que estava na cozinha exigiu que ele enfrentasse a fila para pegar o jantar dele. Tive que vim até o comandante e exigir ser tratada com respeito e exigir que ele faça valer a lei, pois meu pai é idoso e tem prioridade”, reclamou a passageira.

Carros bateram uns nos outros durante a maresia

Ela também descreveu que a estrutura para transportar os passageiros é precária, como poucos banheiros para atender a todo o público.

“As condições desse navio não estão das melhores. Na área ‘VIP’, onde estou, a parte climatizada do navio, os banheiros só tem dois funcionando para banho e um para as outras necessidade. A limpeza deles é das péssima. Um navio que suporta mais de 1000 pessoas ter 2 banheiros funcionando é complicado”.

O navio Ana Beatriz VIII enfrentou uma forte maresia enquanto navegava por uma baía no Estado do Pará, e chegou a ficar alagado.

Água entrou no navio

A Empresa de Navegação Santana Transportes Hidroviários, responsável pelo Ana Beatriz VIII, divulgou um comunicado ao Portal SN, afirmando que toda a documentação do navio foi aprovada pelos órgãos governamentais competentes.

A empresa também garantiu que suas atividades seguem normalmente, sempre atentas às orientações dos órgãos fiscalizadores, e afirmou estar comprometida com o bem-estar e segurança dos usuários.

Seles Nafes
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