Por RODRIGO DIAS
O empresário Richardson Oliveira, acusado de tentar matar e roubar seu sócio, o também empresário Antônio de Alcântara Queiroz Júnior, foi absolvido após quase 12 horas de julgamento, nesta segunda-feira (4). O caso ocorreu na noite de 21 de junho de 2019, numa área conhecida como Matadouro, no Bairro Coração, na zona oeste de Macapá.
O julgamento foi conduzido pela titular da Vara do Tribunal do Júri de Macapá, juíza Lívia Simone Freitas. O conselho de sentença foi composto por seis homens e uma mulher.
A vítima, Antônio, deu seu depoimento, relatando que recebeu uma mensagem de Richardson para o encontro em que receberia um pagamento de R$ 30 mil, referente a um show realizado em uma casa noturna de Macapá, além de R$ 5 mil pelo valor de um celular.
Amigos há mais de oito anos, os dois foram ao ramal para realizar a transação. Richardson teria levado um homem, supostamente para pegar carona. Por volta de 20h30, esse homem disparou um tiro que atravessou a cabeça da vítima.
Antônio contou que conseguiu escapar do veículo e se esconder na mata, pois a porta do atirador estava travada. O réu, que teve a prisão revogada em 2020, negou todas as acusações.
A suposta dívida teria origem em um evento realizado em 7 de junho de 2019, com um show de um grupo de pagode do Rio de Janeiro. Richardson afirmou que não se tratava de empréstimo, mas de uma divisão de custos, pois o evento não gerou lucros.
Ele declarou aos jurados que não estava na cena do crime e que não teve envolvimento com o ocorrido. Afirmou ainda desconhecer qualquer motivo que levaria a vítima a acusá-lo de algo tão grave.
Segundo o réu, no dia 21 de junho, ele não esteve com a vítima e, na hora do crime, estava jantando com a namorada, com quem passou a noite.
Nos debates, a Promotoria do Ministério Público e a assistência de acusação tentaram demonstrar o envolvimento de Richardson.
A defesa, composta pelos advogados Fernando Segato, Paulo José, Gleicy Oliveira, Andrew Valente e André Barroso, argumentou que não havia provas incriminando o réu.
O veredito foi lido após as 20h. O assistente de acusação, Cícero Bordalo, afirmou que pretende recorrer da decisão.