Por SELES NAFES
O então secretário de Comunicação da Prefeitura de Macapá, Diego Santos, conduziu a contratação de um serviço emergencial milionário de publicidade com indícios de irregularidades, é o que aponta um levantamento do Portal SelesNafes.Com. A empresa contratada, a agência Rio Publicidade, recebeu pagamentos além do previsto no contrato original, incluindo de recursos do Fundo Municipal de Saúde.
O processo de contratação teve início no ano passado, quando a empresa Rio Publicidade foi contratada emergencialmente para prestar serviços de publicidade à prefeitura.
Documentos, incluindo um termo de ajuste de contas publicado no Diário Oficial do dia 24 de outubro de 2023, revelam que Diego Santos autorizou pagamentos adicionais à agência no valor de R$ 1,327 milhão, ultrapassando o limite do contrato emergencial. No total, em oito meses, foram gastos quase R$ 4 milhões. VEJA AQUI TODOS OS PAGAMENTOS DO CONTRATO EMERGENCIAL
Documentos revelam que uma parte dos pagamentos foi realizada com recursos provenientes do Fundo Municipal de Saúde, o que, segundo especialistas jurídicos consultados pelo Portal SN, é considerado irregular. Esses fundos, destinados exclusivamente a despesas de saúde pública, não deveriam ter sido utilizados para cobrir gastos com publicidade institucional da prefeitura.
A legislação estabelece que o contrato emergencial deve ser utilizado para divulgar situações emergenciais, como surto de doenças, calamidade, alertas, vacinação, ações contra dengue, por exemplo. No entanto, o contrato cobriu campanhas institucionais e até o Macapá Verão, que levou sozinho cerca de meio milhão de reais.
Mídia digital
Meses após o término do contrato emergencial, a Rio Publicidade venceu uma licitação para se tornar a agência digital oficial da PMM. Contudo, a escolha recaiu sobre o menor preço, desconsiderando a melhor técnica, conforme demonstra o “termo de referência” elaborado para basear a licitação. O contrato foi assinado em fevereiro de 2024, no valor de quase R$ 5 milhões.
Procurado pelo Portal SN, o ex-secretário evitou comentar os aspectos que seriam apontados na reportagem. E, apesar de a informação estar à disposição no Portal da Transparência, a utilização de recursos do Fundo de Saúde com publicidade institucional foi taxada por Diego Santos como uma fake news.