Por ALLAN VALENTE
Os advogados da família do fazendeiro Antônio Candeia, de 80 anos, assassinado na semana passada no município de Amapá, a 310 km de Macapá, revelaram na tarde desta segunda-feira (2) ter encontrado provas de que muitas pessoas deviam dinheiro à vítima. Entre os supostos devedores está a prefeita eleita Kelley Lobato (União). O marido dela está preso como mandante do homicídio. O Portal SN procurou a prefeita.
O escritório de advocacia, contratado para atuar na acusação, escolheu a sede da OAB para fazer o pronunciamento. Os advogados apresentaram dois cadernos e um celular como provas de que existiam listas de devedores ao fazendeiro assassinado. No caso de Kelley Lobato, a dívida seria de R$ 45 mil.
“Nosso intento é responsabilizar todos aqueles que participaram da execução. Num desses cadernos tem o nome da prefeita. Isso gera um indício, uma vez que o suspeito de ser o mandante do assassinato era companheiro dela”, comentou o advogado André Barroso.
“Não sabemos se essa dívida foi paga”, acrescentou.
O fazendeiro Antônio Candeia foi morto a tiros no dia 23 de novembro, em uma fazenda que era o centro de uma disputa judicial entre ele e o também fazendeiro Francisco Canindé, marido da prefeita eleita de Amapá. O homicídio foi filmado por um dos ocupantes da picape de Canindé, que inicialmente discute com a vítima.
Em seguida, o bate-boca continua entre o idoso e Antônio Carlos Lima de Araújo, sargento da reserva do Exército. Ele aparece nas imagens empurrando e depois disparando várias vezes contra a vítima, que tenta alcançar um revólver, mas não consegue. Araújo se apresentou dois dias depois e está preso, assim como Canindé. Os dois tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça.
Os advogados da família da vítima acreditam que existam mais pessoas envolvidas direta e indiretamente no crime e vão solicitar que elas sejam indiciadas.
Eles também informaram que a Polícia Civil não concluiu o inquérito e adiantaram que os cadernos e o celular serão entregues ao delegado responsável pelo caso.
Procurada, a prefeita eleita informou, por meio de interlocutores, que não irá se pronunciar sobre o pronunciamento dos advogados nem sobre a suposta dívida. Logo após o crime, ela chegou a se pronunciar afirmando que não compactua com atos de violência, e disse aguardar que a justiça seja feita.