Por SELES NAFES
A Polícia Civil do Amapá investiga um possível desdobramento do homicídio do fazendeiro Antônio Candeia, de 80 anos, ocorrido no fim de novembro. Na madrugada do último sábado (7), a casa de um dos advogados da família da vítima foi alvo de tiros em uma ação registrada por uma câmera de segurança.
O ataque aconteceu na zona sul de Macapá, em um endereço mantido sob sigilo. Nas imagens, é possível ver um homem caminhando por volta da meia-noite. Ele para em frente à residência, dispara quatro vezes contra o portão e, em seguida, foge correndo para um carro que o aguardava na esquina. O veículo ainda passa lentamente em frente à casa antes de ir embora.
Apesar dos disparos, ninguém ficou ferido. O imóvel é ocupado pelo pai do advogado André Barroso, que comentou o caso ao Portal SN.
“Foram quatro tiros de calibre 38”.
Possível ligação com o caso do fazendeiro
André Barroso, que atua há 10 anos como advogado criminal e particiou de julgamentos de grande repercussão, afirmou nunca ter enfrentado algo semelhante. Ele acredita que o ataque esteja relacionado ao caso do fazendeiro Antônio Candeia, conhecido como Maranhão, assassinado em uma disputa de terras em Amapá, município a 310 km de Macapá.
“É o único caso que faz sentido. No dia do velório, estivemos em Amapá, e acredito que pegaram a placa do meu carro e chegaram até a casa do meu pai, já que o veículo está com ele. Meu pai não tem desavenças com ninguém, então entendemos que foi uma retaliação. Nossa atuação deve ter incomodado alguém”, avaliou Barroso.
Candeia foi morto a tiros, e as investigações apontam o também fazendeiro Francisco Canindé como o mandante do crime. Canindé está preso, assim como o acusador de ser o executor, o sargento da reserva do Exército Antônio Carlos Lima de Araújo. Os dois alegaram em depoimentos que houve legítima defesa. Ambos foram indiciados pela Polícia Civil e denunciados pelo Ministério Público.
Ameaças a outro advogado
Outro advogado da equipe contratada pela família, Andrew Valente, também registrou boletim de ocorrência após receber uma ligação ameaçadora.
“Me ligaram de um número desconhecido e disseram: ‘Logo vamos encontrar vocês na porta [do escritório]’. Depois, desligaram. Estamos reunindo o máximo de provas possível”, relatou Valente.
As autoridades continuam investigando os ataques e as ameaças, buscando identificar os responsáveis e esclarecer os possíveis vínculos com o caso do fazendeiro Antônio Candeia.