Personal trainer preso por pedofilia no AP “pagava R$ 30 para meninas carentes”, diz PC

Rafael Lopes foi preso na academia onde trabalha, na orla de Macapá.
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Por RODRIGO DIAS

Além do major do Corpo de Bombeiros, Aderaldo Leite, e o vereador de Macapá Zeca Abdon, o Portal SN conseguiu apurar o perfil de mais um dos alvos da Operação Iuvens, deflagrada nesta terça-feira (17) pela Delegacia de Crimes Contra a Criança e Adolescente (Dercca). Todos são acusados de crimes sexuais contra menores de idade.

Trata-se do personal trainer Rafael Pantoja Lopes, de 32 anos, que foi preso na academia onde trabalha, na orla de Macapá. Nas redes sociais, Rafael se declara treinador pessoal e consultor esportivo desde 2011.

Em seu perfil com mais de 10 mil seguidores ele também destacou na biografia que é especialista em Nutrição e Suplementação Esportiva, além de heptacampeão de fisiculturismo.

Rafael Lopes pagava de R$ 20 a R$ 30 para meninas carentes para se relacionar, segundo a polícia

Momento da chegada do acusado após ser preso na academia onde trabalhava. Foto: Rodrigo Dias

Entretanto, conforme a Polícia Civil, mesmo com tantas ocupações, ele conseguiu tempo para compor uma rede de exploração sexual e ter relações sexuais com adolescentes.

A equipe que realizou a prisão de Rafael informou que a investigação aponta que ele pagava de R$ 20 a R$ 30 para meninas carentes para se relacionar. Ele foi conduzido para exames da Polícia Científica e está à disposição da justiça.

Em seu perfil ele destaca ser especialista em Nutrição e Suplementação Esportiva

A operação

De acordo com a delegada Clívia Valente, titular da Dercca, a terceira fase da operação é desdobramento de uma investigação que começou em 2022.

“Nós recebemos uma denúncia sobre uma pessoa que mantinha encontros sexuais com uma adolescente. Nós passamos a investigar essa pessoa, representamos pela prisão preventiva, ele foi preso. E durante o interrogatório, ele citou quem seria a pessoa, o agenciador que tinha indicado para ele essa menina”, comentou.

Com isso veio a segunda fase, que foi a investigação desse segundo alvo. Através de mandados judiciais e técnicas de investigação se teve êxito para colher elementos informativos e subsidiar a operação de hoje.

Delegados conversaram com a imprensa sobre a operação

“O agenciador tinha amizade com essas meninas, são meninas vulneráveis e todos moravam no mesmo bairro, o Muca. E aí ele passou a fazer um site, colocava essas meninas em danças sensuais, tipo como se fosse um catálogo e ele administrava esse site. Tinha esse apelo aí para fazer o chamamento dos clientes”, acrescentou a delegada.

O bairro do Muca, na zona sul de Macapá, é conhecido pela baixa renda das famílias que nele moram e por ser área de constantes conflitos entre criminosos faccionados rivais e policiais e bandidos. Cheia de áreas de ponte, a comunidade é dominada pelo tráfico de drogas.

A comunidade

Os clientes passaram a entrar em contato com agenciador e pediam que ele facilitasse, em um favorecimento da prostituição. A idade das vítimas variava entre 13 até 17 anos.

“Esses ditos clientes, nós percebemos na investigação, que eles tinham preferência por meninas de 13 anos. E essas meninas ficaram depois já como sendo “clientes” habituais deles. Pagavam R$ 30 reais por meninas carentes, de extrema vulnerabilidade que, às vezes, era o prato de comida que elas tinham naquele dia para fazer os programas sexuais”.

Presos foram sendo levados para o Ciosp da Zona Oeste. Foto: Rodrigo Dias/SN

Na operação de hoje, seis vítimas foram identificadas, mas há indícios de mais. No total, foram 11 mandados de prisão e 26 de busca e apreensão, sendo que dois alvos não foram localizados, um deles o vereador.

Foram apreendidos celulares e computadores para colher elementos informativos para fortificar o inquérito, bem como verificar se há materiais de pornografia infantil.

Seles Nafes
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