Por JONHWENE SILVA, de Santana
Com uma estratégia rigorosa de combate à violência contra a mulher, incluindo a aplicação de medidas protetivas de urgência, o indiciamento de agressores e prisões em flagrante, a Delegacia de Crimes Contra a Mulher (DCCM) de Santana, município localizado a 17 km de Macapá, apresenta resultados positivos. A unidade divulgou dados que mostram uma redução significativa nos casos de violência doméstica e contra a mulher entre 2023 e 2024.
Os números apresentados pela delegacia indicam uma diminuição de 27,57% nos índices de 2024 em relação a 2023. Enquanto no ano passado foram registrados 1.509 casos, este ano o número caiu para 1.093 ocorrências. As Operações Átria e Shamar, voltadas para ações repressivas e educativas, tiveram impacto positivo, especialmente devido à sua continuidade. A delegada Ellen Viegas, titular da DCCM em Santana, destacou a importância dessas medidas.
“A DCCM reafirma seu compromisso em combater todas as formas de violência contra a mulher, destacando que a redução nos índices não diminui a necessidade de vigilância e ação contínuas”, afirmou.
Apesar da redução nos números, a delegada ressaltou que ainda há muito a ser feito, especialmente em relação a tentativas de feminicídio, crimes cometidos em redes sociais e delitos sexuais. Segundo ela, os maiores desafios estão nos crimes em que os infratores utilizam a internet, como na divulgação de imagens íntimas sem consentimento e no chamado “stalking” – perseguição sistemática às vítimas.
“Em números gerais, a DCCM continua enfrentando casos complexos, especialmente aqueles relacionados às tentativas de feminicídio. Crimes de perseguição (stalking) e divulgação de imagens íntimas sem consentimento também representam desafios importantes, exigindo investigações detalhadas e o uso de ferramentas tecnológicas para identificar os autores”, alertou.
A delegada também destacou que ações preventivas, de orientação e conscientização, realizadas em parceria com a sociedade civil organizada, escolas e em espaços públicos, têm desempenhado um papel crucial na redução das estatísticas. Além disso, iniciativas que promovem o empoderamento feminino e o incentivo às denúncias têm demonstrado eficácia.
Veja os números entre 2023 e 2024:
- Ameaça: 2023 – 602 casos / 2024 – 425 casos
- Lesão corporal: 2023 – 368 casos / 2024 – 310 casos
- Injúria: 2023 – 376 casos / 2024 – 252 casos
- Violação de domicílio: 2023 – 39 casos / 2024 – 19 casos
- Descumprimento de medidas protetivas de urgência: 2023 – 67 casos / 2024 – 43 casos