Lama de barragem rompida em garimpo chega ao rio Araguari e preocupa moradores

MPF abriu inquérito para investigar acidente e cobra providências das autoridades
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Por SELES NAFES

A lama liberada pelo rompimento da barragem em um garimpo no interior do Amapá já alcançou o rio Araguari e pode ser vista na orla da cidade de Porto Grande, cidade a 105 km de Macapá. No entanto, segundo o prefeito Elielson Moraes (MDB), o material chegou com menor intensidade em comparação ao rio Cupuxi, que ficou com a água quase avermelhada após o desastre.

O rompimento ocorreu na tarde de terça (11) no garimpo São Domingos, uma área localizada a cerca de 12 horas de barco da sede de Porto Grande. Segundo apuração do Portal SN, a cooperativa de garimpeiros responsável ainda aguarda a licença de lavra da Agência Nacional de Mineração (ANM), mas há indícios de que a extração de ouro já estava em andamento no local.

De acordo com o prefeito, a lama escura contém “material pesado de garimpo e lama”, o que levanta preocupações ambientais e de saúde pública, além da possibilidade de escassez de peixe e abastecimento de água.

Equipes da Sema, da prefeitura de Porto Grande e o próprio prefeito estiveram no local e registraram muita destruição.

Volume que chegou ao rio Araguari é menor…

…que no rio Cupixi

Equipes da Sema e da prefeitura de Porto Grande estiveram no local…

…e registraram muita destruição

MPF investiga e cobra ações imediatas

O Ministério Público Federal instaurou um inquérito civil para apurar o rompimento da barragem e possíveis crimes ambientais. Como medida emergencial, o órgão expediu ofícios à Prefeitura de Porto Grande, ao Ibama, à Defesa Civil estadual, ao Corpo de Bombeiros e à Agência Nacional de Mineração (ANM), entre outras entidades, com prazo de 48 horas para informar providências.

Além disso, o MPF solicitou à Superintendência da Polícia Federal no Amapá a abertura de um inquérito policial, que deverá ser concluído em até 90 dias. As investigações devem verificar a ocorrência de crimes como poluição ambiental, extração ilegal de recursos minerais e funcionamento irregular.

Ontem a tarde, a CSA Equatorial desligou o sistema de captação e distribuição que usa água do rio Araguari. A suspensão ocorrerá enquanto técnicos da empresa analisam as condições do rio.

Seles Nafes
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