Polícia procura pai acusado de matar filha de 1 ano e 5 meses em Macapá

A Polícia Civil pede que qualquer pessoa que tenha informações sobre o paradeiro de Antônio José da Silva entre em contato pelo telefone 190 ou procure a delegacia mais próxima.
Compartilhamentos

Por RODRIGO DIAS

A Polícia Civil do Amapá está à procura de Antônio José da Silva, de 49 anos, acusado de matar a própria filha, uma criança de 1 ano e 5 meses. O crime é classificado como homicídio triplamente qualificado, com agravantes que podem aumentar a pena. O caso ocorreu em Macapá, e o suspeito encontra-se foragido.

Primeiras investigações

No dia do crime, uma equipe da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) foi acionada para comparecer à residência onde a criança foi encontrada morta. Inicialmente, a causa da morte era desconhecida. Durante as investigações, dez pessoas foram ouvidas, incluindo o pai e a mãe da vítima.

A locadora do imóvel relatou que o casal havia alugado a casa recentemente. A mãe da criança contou que a filha foi encontrada no chão do quarto, nua. Já o pai, Antônio José da Silva, disse à locadora que havia dado banho na criança durante a madrugada, pois ela estava chorando muito. Ele alegou ter saído para fazer compras e capinar, retornando por volta das 8h ou 9h, quando encontrou a filha já sem vida.

Contradições suspeitas

Em seu depoimento à polícia, o Antônio José afirmou que a criança chorou durante todo o dia 30 de julho. Por volta de 1h da madrugada do dia 31, ele teria dado banho nela para acalmá-la e, em seguida, a entregou à mãe, que ainda estava acordada. Ele então foi dormir em outro quarto.

Por volta das 7h30, ele disse ter saído de casa para capinar e comprar sabão. Ao retornar, afirmou ter encontrado a filha já sem vida, com espuma branca na boca e nariz, além de uma coloração roxa nas costas. O pai também mencionou que a criança estava nua, assim como seus outros dois filhos, pois era costume da família dormir dessa forma. Ele ainda relatou que a mãe da vítima havia ingerido uma garrafa inteira de vinho durante a madrugada.

Polícia Civil divulgou a foto do procurado

O que chamou a atenção dos investigadores foi a frieza de Antônio José ao relatar o ocorrido. Ele não demonstrou qualquer emoção durante o depoimento. Testemunhas também relataram que Antônio José manteve uma postura calma diante da situação, enquanto a mãe da criança estava desesperada.

Além disso, Antônio José teria dado versões conflitantes sobre o que aconteceu. Para algumas pessoas, ele disse que não sabia o que havia ocorrido; para outras, afirmou que a filha poderia ter ingerido veneno que pegou do chão.

 

Relatos das testemunhas

Uma testemunha relatou que ouviu a criança chorando intensamente na noite do dia 30 de julho e viu que ela estava no colo do pai. Outra testemunha afirmou ter visto a criança apanhar de ambos os pais e ouvido barulhos dentro da casa, como se louças estivessem sendo atiradas. Por volta das 21h30, o choro da criança se transformou em gritos, e por volta de 1h40, o choro cessou.

O depoimento da mãe

A mãe da vítima, em seu depoimento, confirmou que foi dormir no final da noite do dia 30 de julho e deixou a filha com o pai. Ela afirmou que, até aquele momento, a criança estava bem e tranquila. A mulher contou que acordou por volta das 9h30 do dia 31 de julho com o Antônio José a informando que a filha estava morta. Ele ainda teria chutado a coxa da criança e limpado sua boca com um pano, jogando-o fora em seguida. O pai também pediu para a mãe dizer que ele dormia em outro quarto.

A mãe relatou que a convivência com Antônio José era difícil, que ele batia nos filhos e que não demonstrou qualquer reação com a morte da filha, sequer chorando. Ela também afirmou que ele costumava comentar que a vítima já era mulher, tinha “pernão”, e que já o viu passar a mão perto da virilha dela.

Laudo e conclusão

O laudo do exame necroscópico apontou que a causa da morte foi “asfixia mecânica por sufocação direta por broncoaspiração”. Diante das evidências e dos depoimentos, a Polícia Civil indiciou o pai da vítima por homicídio triplamente qualificado e solicitou sua prisão preventiva, que foi deferida pela Justiça. No entanto, Antônio José da Silva encontra-se foragido.

A Polícia Civil pede que qualquer pessoa que tenha informações sobre o paradeiro de Antônio José da Silva entre em contato pelo telefone 190 ou procure a delegacia mais próxima. A colaboração da população é fundamental para a captura do suspeito.

Seles Nafes
Compartilhamentos
Insira suas palavras de pesquisa e pressione Enter.
error: Conteúdo Protegido!!